segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A Conta não fecha, Professor !

Tirando a poeira daqui, já que as atenções foram todas voltadas para o "Milano Siamo Noi" e, lógico, para Milan em reconstrução.

Mas algumas coisas nessa terra brasilis me chamaram a atenção e, acreditem, não foram os inúmeros erros de arbitragens distribuídos amigavelmente para os 20 clubes que jogam a primeira divisão nacional. E, menos ainda foi a arrancada tricolor para o tetracampeonato com um time pragmático, direto e objetivo. O que me chmou a atenção foi essa postagem aqui no Blog do Juca Kfouri.

A verdade é que um costume antigo, todavia corriqueiro me chamou a atenção pela grandissísssissississima imbecilidade que nele está embutida, e espero que todos sigam o raciocínio: 
O Clube semi-falido (B), contrata o atleta veterano, sem vínculo com o antigo clube, com uma carreira repletas de sucesso, recordista de conquistas do mais importante título continental neste planeta (C). Na apresentação do citado atleta, o dirigente do clube (B) afirma, com a boca cheia de dentes, para quem quiser ouvir:
 "Quem vai pagar a contratação de (C) é a minha torcida"

Agora vem a citada imbecilidade. Ao invés de incentivar a torcida do clube (B) ir ao seu estádio, com promoções, propagandas e tudo que o marketing pode oferecer, as antas do clube, a mando do dirigente supracitado, descobrem a pólvora, acreditando que, aumentando o preço do ingresso, a receita irá aumentar !!!!!!
Realmente acho que algumas pessoas do esporte brasileiro deveriam ser internadas e trancafiadas em Arkham City. Não há lógica de mercado nessa atitude, e até o Quinzin da padaria sabe que se você aumentar o preço do pão, vai passar a vender menos. Independente de o Futebol ser um produto especial e que ninguém vai passar a ver o jogo do clube (A) porque os ingressos do (B) estão mais caros. As pessoas simplesmente vão deixar de ir ao estádio.

E foi o que aconteceu. Os horários infelizes de início das partidas, a distância dos jogos fora de casa e, mais ainda, o desempenho abaixo da expectativa que fora criada fez a torcida passar a ver os jogos na frente da TV, no bar ou no conforto de casa. Os queridos "Zé Poltrona" dominam.

O aumento do preço de ingresso por aqui é corriqueiro. Por exemplo, o custo das entradas para uma partida da Libertadores da América é quase o dobro de uma partida do Campeonato Brasileiro. E isso acaba por afastar aquela parte da torcida mais folclórica e festeira, os antigos "Geraldinos" do Maracanã vão sendo substituídos por bacanas de empresas e torcedores de oportunidade. Sem mencionar as organizadas, algumas são verdadeiras quadrilhas alimentadas pelos clubes.
Enfim, e tome imbecilidade. Aumentar ingresso pode até dar um aumento ínfimo na receita, mas afasta torcedores  e gera imensos vazios nos estádios. Vale a pena ter uma merreca a mais no bolso com um estádio vazio em todos os jogos? Vale a pena deixar os convidados da festa do lado de fora, assistindo a partida pela televisão enquanto a estrela principal se espanta com aquele deserto nas arquibancadas?

Se o craque (C) depender da sintonia entre torcida e clube (B) para receber o salário, Milão o receberá de braços abertos e estádio parcialmente cheio.