terça-feira, 22 de maio de 2012

Milan 11/12 - Setor por Setor - Meio campo (parte 1)

                    Eu juro para vocês que está acabando. Por ser esse o setor mais povoado do Milan, achei melhor, e mais didático, separar de maneira direta, sem enrolação. Essa primeira parte vai tratar dos volantes mais defensivos, aqueles de contenção mesmo. Pela quantidade de gols que o time levou na temporada passada, seria até normal dizer que eles não foram muito bem em suas funções. Mas algumas ressalvas devem ser feitas.
Massimo Ambrosini
                        Na temporada que passou, "il capitano" atuou de maneira correta e moderada, dentro do que os seus 35 anos permitiram. Revezando com Mark Van Bommel a função de 1º volante, cabeça-de-área ou o diabo que você queira chamar o vértice mais baixo do losango allegriano, teve uma partida antológica contra o Barcelona em San Siro. Jogou 22 partidas na Serie A, marcando um gol, 2 partidas na Coppa Italia e mais 6 pela UCL.
Mathieu Flamini
               Uma cirurgia no joelho impediu o segundo maior salário do Milan (!!!!!!!!) de atuar por praticamente toda temporada. O francês retornou no fim, quando o Scudetto já parecia perdido e fez 2 partidas pela Serie A, marcando um gol.
Gennaro Gattuso
                      Outro que teve sua temporada praticamente inteira comprometida por conta de problemas nos olhos. Pelo menos tirou ótimas fotos com a cara do Jack Sparrow durante este período. Rino Gattuso retornou praticamente na mesma época que Flamini e participou de 6 partidas. Já anunciou sua saída do Milan, depois de 10 anos no clube.
Sulley Muntari
                     Como não pode faltar em nenhuma temporada, Galliani fez o favor de tirar um encosto da Internazionale e trazer para o Milan. O meio campista ganês chegou logo depois da CAN, para resolver o problema de falta de opções de Allegri no setor, devido ao ataque alucinado das lesões malditas. Dentro de suas limitações, que são muitas, fez o que pode, quebrando umas canelas. Jogou 13 partidas na Serie A, marcando 3 gols, e 1 partida na Coppa Italia.
Mark van Bommel
                     O general. Não há definição melhor para a função de Van Bommel no meio campo milanista. Titular absoluto e indiscutível, mostrou que além de ser um porrador de talento e ser amigo de TODOS os árbitros na Europa, comanda um time muitíssimo bem, e poderia ter feito pelos menos dois gols nessa temporada.Atuou em 25 partidas na Serie A, 2 na Coppa Italia e 6 na UCL. Já anunciou que deixa o Milan para jogar a última temporada de sua carreira no PSV, time que o revelou.

               Comentário: Na volância, as ausências de Gattuso e Flamini foram sentidas durante a temporada, seja pela liderança do primeira, seja pela combatividade de ambos. Para a próxima temporada, sem Gattuso e Van Bommel, Flamini deve continuar, assim como (urgh!) Muntari. Foi contratado Bakaye Traoré, do Nancy, para completar o grupo.

sábado, 19 de maio de 2012

Milan 11/12 - Setor por setor - Defesa

       Na terceira parte da análise do Milan temporada 2011/2012, chegamos ao setor que foi motivo de orgulho na temporada anterior, com a conquista do Scudetto. Naquela época, foram apenas 24 gols sofridos em todas as 38 rodadas da Serie A. Entretanto, as lesões, algumas falhas bizonhas e, principalmente, a ausência de T. Silva em alguns jogos fizeram com que em 2011/2012, o número de gols sofridos subissem para inaceitáveis 32.
Philippe Mexes
        A "Paris Hilton" do Milan chegou no começo da temporada para ser, obviamente, o reserva imediato de Alessandro Nesta. O zagueiro francês, por conta das lesões de Nesta, o titular e a companhia mais comum ao lado de T. Silva. Apesar de ter tido sua temporada mais calma, não foi expulso uma única vez, teve lapsos de concentração e falhas em jogos importantes que custaram caro. Atuou em 14 jogos pela Serie A, 4 pela Coppa Italia e mais 6 pela UCL.
Alessandro Nesta
          Como pensar em criticar o melhor zagueiro italiano em atividade naquela temporada ? Muito embora a idade e as lesões tenham atrapalhado bastante sua regular participação nas competições, Nesta mostrou que em momentos decisivos, a elegância e a classe nunca o deixam. Dono de um senso de colocação e antecipação invejáveis, mostrou ao mundo, em duas oportunidades, que Messi pode ser parado sim, pelo zagueiro correto. Jogou em 17 vezes na Serie A, 1 vez na Coppa Italia e 7 partidas pela UCL.
Thiago Silva
      Outro que segue impossível de ser criticado. "Il Diavolo" Silva foi impecável quando em campo, comandando a defesa e ligando diversos contra-ataques com seu passe longo quase sempre preciso. Para a infelicidade dos rossoneri, e por culpa exclusiva de Massimiliano Allegri, perdeu a parte final da temporada, não podendo evitar que as derrotas para Fiorentina e Catania desse espaço para a Juventus retomar a ponta e conquista o título de 2011/2012. Participou em 27 jogos pela Serie A, 2 pela Coppa Italia e 7 pela UCL.
Mario Yepes
      As atuações seguras e a presença física na área, marcantes na temporada 2010/2011, ficaram no passado, assim como sua velocidade. Yépes foi preterido nessa temporada por Mexes e Bonera quando podia jogar, e deixado de lado quando estava lesionado. No final da temporada voltou a jogar e mostrou que ainda pode ser útil em algumas partidas. Jogou 11 partidas na Serie A.
         
        
        Comentário: A defesa foi um problema enorme, muito em conta das lesões de Nesta e Thiago Silva. Claramente havia um abismo técnico enorme entre titulares e reservas. Para a próxima temporada, não haverá Nesta no plantel e os rumores de Thiago Silva no Barcelona só aumentam. É de suma importância que esse novo ciclo milanista tenha como base o camisa 33 rossonero, indubitavelmente o jogador mais importante do time. Yépes renovou por mais uma temporada e, aparentemente, o defensor Acerbi, que jogava no Chievo Verona, deve se juntar ao grupo.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Milan 11/12 - Setor por Setor - Laterais

       Seguindo com a avaliação da equipe vice-campeã italiana nesta temporada, as laterais serão dissecadas neste texto, assim como os sapos e as cabeças de porco enterradas por lá, porque as atuações dos terzini rossoneri nessa temporada de 2011/2012 foram, para ser bonzinho, caóticas e fracas. Aos jogadores:
Ignazio Abate
         O lateral direito titular do Milan, elogiadíssimo na temporada do Scudetto nº 18 teve uma queda vertiginosa de produção em 2011/2012. Falhas bizarras na marcação e cruzamentos que comprovam que o biondino teve algumas aulas com o lendário Massimo Oddo foram constantes, assim como decisões equivocadas, beirando a infantilidade. É só lembrar a falha no primeiro Derby della Madonnina, que resultou no gol de Diego Milito e, no segundo Derby, o pênalti infantil no mesmo Milito, que converteu. Jogou 29 partidas na Serie A, 2 na Coppa Italia e 8 na UCL.
Luca Antonini
           Pode ser considerado o titular da lateral esquerda, tendo em vista a resistência de Allegri em escalar Emanuelson por alí. Não se pode esperar muita coisa de Luca, e isso fala por si. Teve a partida da sua vida no confronto com o Barcelona, em San Siro, evitando pelo menos dois gols claros. Foi uma atuação de gala mesmo. E só.Destaque também para sua barba, cultivada durante a temporada, que o deixava mais estranho ainda. Atuou em 20 partidas na Serie A, 3 na Coppa Italia e 4 na UCL.
Daniele Bonera
             Ao lado de Urby Emanuelson, pode ser considerado a prostituta tática de Allegri. Atuou tanto como lateral direito, lateral esquerdo e zagueiro central, tendo desempenho entre medíocre e ruim nas três posição táticas citadas. É um bom estepe quando alguma coisa dá muito errado, o que aconteceu na temporada 2011/2012 por conta do ataque das lesões em lote. Participou de 20 partidas na Serie A, 3 na Coppa Italia e 6 na UCL.
Mattia De Sciglio
            Trazido do Milan Primavera, esse menino pouco participou nesta temporada, mas deixou uma boa impressão, com atuação segura principalmente no segundo Derby della Madonnina. Pode jogar em ambos os lados do campo. Atuou em 3 partidas na Serie A e 2 na UCL.
Djamel Mesbah
         O argelino chegou do Lecce no meio da temporada para cobrir a falta de opções no lado esquerdo da defesa milanista, principalmente quando Antonini resolveu deixar a barba crescer. Teve atuações boas, mas demonstrou o mesmo problema do seu rival de posição, com apagões defensivos preocupantes, como os vistos na partida de volta contra o Arsenal pela UCL. Atuou em 8 partidas da Serie A, 2 da Coppa Italia e 2 da UCL. Marcou 1 gol na temporada 2011/2012.
Gianluca Zambrotta
           Apesar de estar morto desde 2007, o Milan Lab é tão incompentente que ainda não liberou seu atestado de óbito. Conhecido como "bandy legs" Zambrotta, "Corpse" Zambrotta ou, simplesmente, "Zambrotta muito louco", atuou em 12 partidas na Serie A e 3 na UCL, tendo atuações de gala para um defunto em todas elas.

            Comentário: As laterais, assim como o meio campo no área criativa, são os setores onde o Milan deve se preocupar. Com exceção de Zambrotta, que já confirmou sua saída, a única mudança será a declarada intenção de Allegri escalar Urby Emanuelson na lateral esquerda, deixando De Sciglio como reserva imediato de Abate.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Milan 11/12 - Setor por setor - Goleiros

         Pode me chamar de invejoso a vontade. Como sempre assumi, sou mesmo um invejoso do ótimo trabalho que o @alcysio e a @arsenal_brasil fazem no twitter e no site, sempre muito bem informados, com opiniões respeitáveis e tudo mais. Quando vi que eles preparam uma avaliação completa do elenco 2011/2012 dos Gunners, resolvi fazer o mesmo com o Milan. O grande problema é que a análise aqui é só minha, e, se discordar, a área de comentários estará sempre aberta.

         Vamos começar pelos portieri do Milan na recém finita temporada 2011/2012. Foram eles:

Christian Abbiati
        Depois de uma temporada 2010/2011 de redenção, com ótimas atuações que, sem qualquer sombra de dúvidas, garantiram o Scudetto ao Milan, o arqueiro-careca camisa 32 iniciou 2011/2012 com falhas de deixar o Dida envergonhado. Exemplos claros foram a batida de roupa na partidas contra Udinese e na primeira partida contra a Juventus, um frangaço ridículo no gol de Marchisio. Aos poucos retomou a forma anterior voltou a ser decisivo no vice-campeonato desta vez. Teve 31 aparições na Serie A e mais 9 pela UCL.
Marco Amelia
            Reserva imediato de Abbiati, o camisa 1 rossonero teve apenas 9 aparições na Serie A (lembrando que no segundo Derby della Madonnina ele entrou como substituto), 4 na Coppa Italia e 1 na UCL na temporada 2011/2012. Nas poucas vezes em que esteve em campo, não deixou a desejar, apesar da mania de jogar adiantado, o que deu azo para um quase gol memorável de Snjeider e um golaço de Maicon no clássico contra a Internazionale.
Flavio Roma
        Muitas vezes me pergunto se ele existe mesmo. Conhecido por sua lendária capacidade de preparar um espresso inigualável, o arqueiro-veterano não apareceu uma única maldita vez em toda a temporada no gol do Milan. Já anunciou sua aposentadoria. Para deixar claro, sua carreira foi toda construída na Ligue 1, onde jogou pelo Monaco de 2001/2002 até 2008/2009, quando chegou a Milanello.

Comentário:Quando o assunto é goleiros, o Milan foi bem servido boa parte da temporada. Com a aposentadoria de Roma e a permanência de Abbiati e Amelia, ambos bons arqueiros, espera-se que na próxima temporada alguém do Primavera (time de base) seja alçado ao posto de terceiro goleiro, e garçom do banco de reservas.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Onde a habilidade não teve vez. Amém.

         Com ele as coisas parecem que sempre foram assim, no limite, na divisa. Posso imaginar os comentários dos olheiros quando, lá em 1991, no Piacenza, um rapaz fransino e de canelas finas se apresentou como postulante a vaga de atacante do time. Não deve ter sido muito intimidadora  a sua presença na área desde o começo de sua carreira, mas isso pouco importa agora. Depois de mais de 10 anos de alegria, gritos, taças e choros, ele se vai.
          Nunca foi dos mais habilidosos. Posso imaginar a conversa das bolas de futebol, quando juntas para o início do treino, quase implorando que ele não tocasse nelas por mais de três vezes em uma jogada. E na bem da verdade ele nunca precisou de mais de 3 toques nela para fazer o que sempre foi destinado a fazer. E, como sempre, ele caminhava no limite. No limite entre a grossura completa, a total falta de trato e classe, que muitos tinham, e aquela única e específica técnica que ele dominava tão bem: a finalização. Ele nunca, mesmo, precisou de habilidade, ginga, dribles desconcertantes. Tudo que importava era o simples. E ele simplesmente dominava. E fazia chorar.
         O incontrolável, e inssaciável, instinto de predador em campo era sua guia, sua bússola. De costas para a meta, de frente para a bola. Passava mais tempo a seguindo com os olhos do que intimidando seus marcadores e os defensores adversários com seu porte físico ou careta. E, como sempre no limite, sempre era pego em posição desconcertante, desfavorável para o destino final que havia imaginado para aquela bola, para toda a jogada. Inúmeras vezes por jogo, incontáveis por temporadas em que jogou. Todavia, a linha ele uma hora achava, e como todo bom caçador, só precisava de uma chance. E aqui jaz sua linha de impedimento, sua defesa e seu goleiro, batido e abatido sem piedade.
          Muito mais do que seus gols, o mundo nunca esquecerá sua comemoração. Eram de enlouquecer os mais racionais torcedores. E de trazer para seu lado mesmo os torcedores adversários. Um misto de emoção e desabafo que era posto para fora com muita paixão. Pela paixão que só os que realmente sabem o prazer e a felicidade que trazem a milhões de desconhecidos um momento como aquele, alguém que sabe que suas lágrimas de alegria também enchem os olhos de tantos outros, e aquecem o coração de todos. No limite novamente, entre o êxtase e a loucura, ele fazia muitos chorarem. De amor ou de ódio.
        Como não poderia deixar de ser, o momento do adeus foi o mais doloroso de todos. Mas o destino guarda tanta felicidade para quem mostra paixão no que faz que reservou uma última emoção, um último grito de alegria para todos que tanto esperavam. E não poderia ser diferente. Novamente o instinto, a linha defensiva sob controle, entrada triunfante entre os defensores adversários, um toque de classe do velho maestro e com exatos 3 toques na bola (para alívio dela), o caçador de 38 anos mostrou ao mundo qualidades únicas, exclusivas. O senso de colocação, de força e, principalmente, a finalização perfeita. E mais uma vez ele chorou. Assim como eu também.
       Muito obrigado, SuperPippo Inzaghi. Por me fazer chorar pela primeira vez ao ver um jogo de futebol. Por me fazer apaixonar por um time, por um camisa, pelas suas comemorações extasiadas. Você é o Deus-Caneleiro por qual sempre farei oferendas e juramentos.

domingo, 13 de maio de 2012

Ciao, ragazzi. Grazie.

         Em algum "De Bico" desses da vida eu tinha falado que chegaria a maio comemorando o vice-campeonato, sem qualquer vergonha. Dito e feito. Mas, muito mais do que decepção e desgosto pela perda do Scudetto (Parabéns, Juventus), ou o ceticismo acerca da próxima temporada, o sentimento que domina a alma de todo rossonero hoje é a saudade.
          A última giornata deste temporada 11/12 reservou a mais linda e perfeita história para o fim de uma era vitoriosa. Uma geração que nunca mais será esquecida, nem por torcedores, nem por imprensa e, principalmente, por nenhum dos derrotados por estes jogadores. Por estas camisas.
           Em San Siro, contra o Novara, o Milan se despediu de Alessandro Nesta, Gennaro Gattuso, Clarence Seedorf, Gianluca Zambrotta e, principalmente, de Filippo Inzaghi. Todos haviam anunciado sua aposentadoria, ou saída do Milan, nesta semana, pela imprensa. confirmando o que já se poderia concluir pelo andar da carruagem. Não digo que estão errados, apesar de saber que três dos nomes citados ainda poderiam contribuir e muito com sua experiência para o clube. A partir de agora, o texto é mais pessoal do que analítico ou mesmo informativo.
          Eu, Rodrigo Moraes Bastos, me apaixonei novamente pelo futebol, após 5 anos de total desprezo e afastamento, muito em conta pelo falecimento do meu avô, ao assistir uma partida do Milan. Na verdade, ao assistir a classe, elegância e firmeza de um zagueiro, uma força silenciosa, metade do muro intransponível formado por lendas e homens de caráter e de história. Não havia atacante rápido demais, alto demais ou habilidoso demais que não houvesse temido aquele ícone da mais pura frieza e retidão quando da execução de seu traballho. O Maravilhoso senso de colocação, que lhe dava vantagem sobre o mais fortes, de antecipação, sobre os mais velozes, e, principalmente, o tempo perfeito na hora de deslizar sobre o gramado, acertar a bola, levantar e sair para o jogo, deixando o adversário apenas com a vaga lembrança de ter visto uma camisa 13 passar diante de seus olhos.
        Antes, ou depois, de a bola passar pela defesa, eu tenho certeza que o adversário tremia ao ouvir o som de passos largos e pesados indo em sua direção. A sinfonia que a respiração e o os dentes trincados de obstinação, buscando apenas um objetivo: recuperar a vantagem. O que devia ser mais assustador era sentir o bafo de alguém tão incansável e determinado chegando perto. Este homem das cavernas tinha a ciência de que sua função era odiada, seu trabalho era oferecer o oposto do que todos esperavam em uma partida de futebol, mas, mesmo assim, era tanta paixão em seus gritos, reclamações e desarmes que não havia como não admirá-lo. Lógico que sua paixão beirava ao descontrole, dentro de campo, e eis mais um motivo para querer que sua jornada nunca terminasse. Que seus dentes nunca deixassem de trincar, e que os atacantes nunca pudessem respirar aliviados, sabendo que seus ossos estariam livres do melhor cão de guarda que já se viu.
        Mas nem só de força se vive. O futebol tem sua magia, sua música e, logicamente, seu maestro. Do lugar do futebol total, onde nascem o mais habilidosos e elegantes jogadores veio o multicampeão regista. Não se pode exigir a mesma aceleração de quando o maestro conquistou sua primeira glória europeia, e todos sabem muito bem disso. Mas, como todo bom fuoriclasse, ele sabe muito bem como tratar a bola e, com carinho, conquistá-la e convencê-la a ir aonde ele quiser. Seja em um lançamento longo, uma das especialidades do chefe ou mesmo em batidas de meia e longa distâncias, aquela camisa 10 nunca decepciona, como todo bom Sniper, o atirador de elite, que não precisa de mais de uma bala por vez para fazer o que um louco desprovido de talento com uma metralhadora não o faz.
        O maior herói, o maior símbolo de todos, a paixão e o sentimento em pessoa, a camisa 9 mais verdadeiramente "9" deste, e de outros, mundo receberá um carinho especial. Assim como o fez para todos os milanistas.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Canelacast - Inter X Milan

              Depois de mais um Derby della Madonnina, na penúltima rodada da Serie A 2011/2012, o MdC tem o orgulho de receber Arthur Barcelos, administrador do site Internazionale.br, para um Canelacast especial, analisando a partida, fazendo resumo da temporada dos times de Milão, claro, falando de Calciomercato


               Para fazer o Download deste Canelacast clique aqui

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Torcida torce a favor e joga contra

           Diz o Orélio: Torcida é um conjunto de indivíduos que torcem, id est, dão apoio ou esperam resultado positivo. São inúmeros exemplos de Torcedores ao redor do mundo que encantam outros com suas músicas, seus gritos, sua paixão... mas e quando jogam contra? Antes da crítica, eis que fala um Torcedor que será criticado por este autor.
           Torcer é sair cedo de casa, pegar transporte (público ou mesmo o confortável carro e todas as suas despesas), chegar cedo ao estádio, sentir o clima do jogo (mesmo quando tem aquela multidão de menos de 1000 pessoas), beber uma cerveja (ou refrigerante caso tenha sido vetado pelo Departamento Médico), subir a rampa (seguindo toda a superstição) e finalmente acomodar-se (seja na geral, numerada, arquibancada ou camarote) para Torcer. É o tal momento, aquele de difícil compreensão por racionais e críticos: ali, no estádio, o cidadão está forçado a atender ao conceito fundamental da palavra e apenas torcer. Apoiar, empurrar, estimular, xingar o árbitro, abraçar o desconhecido que virou o mais novo melhor amigo graças ao gol do Pereba!
            Não tem susto, juiz ladrão, bola na trave, empate, sufoco, gol do adversário, técnico burro, derrota amarga, frango, carrasco, goleada. Não! Na beira do gramado, Torcedor tem que torcer! Empurrar, apoiar e fazer tudo aquilo esperando o resultado positivo... Mas e se ele não vem? E se o zagueiro falhar? E se o técnico mexer mal? E se o time não ver a cor da bola? E se a goleada for inevitável? Bem, se não for com o meu time, aí é um absurdo reclamar!!
             Protestem: no aeroporto, no treino, na saída do hotel, na entrada em campo! Xinguem na saída do campo, na volta pra casa! Cobrem do dirigente na entrevista! Mas não, com a bola rolando, durante 90 minutos, não ousem reclamar do lateral que não sabe cruzar, do goleiro frangueiro, do zagueiro anão ou mesmo do atacante que nunca fez um gol! Não façam isso, se, claro, torcerem para outro time! Porque se isso acontecer com o meu time, serei o primeiro a fazer tudo isto, a perder a racionalidade e a frieza do jogo da TV de LED 52" com ar condicionado, petisco e cerveja e me transformar num Torcedor, literal, daqueles que sentem nas vísceras a dor de uma derrota, que voltam com olhos marejados sem saber o que explicar pro filho, que choram pensando no dia seguinte na escola ou quanto do salário está comprometido nas apostas.
            Que me perdoem os chics, mas sou corneteiro do meu time. Não suporto ver o meu time jogando mal em casa, o técnico mexendo errado. Não suporto ver a zaga falhando e a virada que está na cara se concretizar sem dificuldade. Sou Torcedor! Apoio, empurro... Mas se a bola não chega e o time não joga bem, sou Torcedor! Que abandono compromissos para ver jogos, vou sempre que posso, pago o meu ingresso e que discordo daquilo que vejo e chego a pensar "ou eu não entendo nada de futebol ou tem alguma coisa errada". E aí de você que abanar com os braços e dizer "não xinga no nosso estádio..." E mesmo que assista no conforto do meu lar na minha tv chic, sou Torcedor, e o meu time, ah, o meu time é o Melhor time do mundo!
             E mesmo depois deste longo texto, queria criticar a torcida do Vasco que protestou contra o (fraco) Cristóvão Borges... Mas o Felipe estava morto, precisava sair... O problema é que o problema não foi essa alteração. Foram as derrotas (vices)  recentes, foi o susto na Libertadores, foi tirar o atacante na final, foi o lateral (em negociação com o Flu) cair ridiculamente de produção tendo um excelente reserva. Em outro time, a batata de Cristóvão já teria assado há muito tempo, a impaciência crônica não é tradição no Vasco (como no Botafogo) mas existe, é um sintoma de uma patologia sem remédio mas com tratamento eficaz: vitórias, títulos. Em caso de derrota, jogadores, técnicos e diretorias saem... Só os Torcedores ficam!