quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Vergonha do futebol brasileiro. Pena dos torcedores.

          
            A CBF, como já havia antecipado os sempre amigos jornalistas da Rede Globo, unificou hoje oficialmente a Taça Brasil e a Taça Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, ao campeonato Brasileiro organizado por ela desde 1971. Dessa forma, as Taças acima citadas foram transformadas também em títulos brasileiros oficiais, agora contados a partir de 1959. Quem lucrou com a farta distribuiçao de títulos foram, principalmente, Santos e Palmeiras. Entretanto, isso é o menos importante. O que chama a atenção nesse patético processo é a subserviência dos clubes, a falta de respeito que os dirigentes têm as tradições das agremiações e, principalmente, a falta de critério ou mesmo de conhecimento que o mandante da CBF e seus capangas têm dos esporte dito nacional, da nossa Monocultura esportiva.
 

         Com uma boa canetada de sua Mont Blanc, o senhor Ricardo Terra Teixeira subjugou novamente os clubes, afagou os dirigentes e conseguiu, de uma vez por todas, a fidelidade política desses, já que a dependência financeira ele já tinha. Assim, a seu bel prazer, o dirigente-mór desta nação faz o que bem entende da "paixão nacional", sem ao menos tentar entender o que significa o futebol e suas regras. Ricardo Teixeira, assim como seu sogro João Havelange sempre fez, enxerga tudo aquilo como um negócio, uma grande chance de conseguir muitos milhões, mas, para isso, ele precisa de apoio dos clubes. E isso, pode ter certeza, ele tem meios de conseguir. Hoje ele, de uma vez por todas, demonstrou que tem todos os clubes a seu dispor, sob sua batuta, obedecendo cegamente suas ordens. Afinal, quando em apenas um dia houve tantos títulos nacionais comemorados ?. Vida eterna ao Teixeira ! Viva, Viva !


       É claro que os dirigentes fazem sua parte para conseguir, agora para eles, o apoio dos associados e dos torcedores. E essa é outra tarefa muito simples de ser realizada. Após a gloriosa canetada de Ricardo Teixeira, os Presidentes dos Clubes trataram de arrumar faixas pré-prontas de Campeões Brasileiros, visando assim conquistar a simpatia do torcedor, ilustre ou não, para sua gestão, para o que for decidido, desviado e subtraído durante o seu tempo no poder. Não interessa aos Clubes, e aos seus dirigentes, que o Futebol se fortaleça, que as decisões sejam efetivamente tomadas pelos clubes no tocante ao pagamento de cotas de TV ou de modernização dessa estrutura viciada. Pouco importa se eles unissem forças, fizessem mais pressão as coisas seriam mais vantajosas, principalmente para o esfolado torcedor.


      Quanto ao torcedor brasileiro, resta a pena, a compaixão e, pessoalmente, o desprezo. Já se disse que no Brasil não se gosta de futebol, e sim dos seus clubes. É notório que o torcedor brasileiro é ignorante quando o assunto é futebol, por opção ou não. Alimentados pelos dirigentes, pela TV e pelo grande Ricardo Teixeira, o espectador de futebol não consegue entender que a rivalidade não significa odiar o outro clube, ter desejo de matar o torcedor de outro clube. Foi comprovado que o futebol é considerado válvula de escape para a massacrante rotina do brasileiro, que ganha pouco e trabalha muito e todas as outras agruras que são ditas a toda hora. A derrota do seu time é motivo para um ódio mortal e, se houver chance, esse ódio se transforma em violência no estalar de dedos, e temos assim a "Guerra Campal" e a "Guerra de Torcidas". O sentimento de pena deve ser direcionado a esse cidadão que, agora, estupidamente, vai celebrar um título que já foi celebrado, e adorar a CBF.


     Os títulos já existiam, a sensação de campeão nacional já era presente. Não havia necessidade de se curvar aos desejos da CBF e agora achar que está valendo por que o Teixeira falou. Oras, torcedor Santista, Palmeirense, Alvinegro e todos os outros "agraciados", vocês já não sabiam que a Taça Brasil e o "Robertão" podiam ser considerados títulos nacionais ? Sobre isso já foi falado em post anterior, assim como a existência de dois campeões brasileiros oficiais em 1987. Aliás, do jeito que foi feita a unificação, em 1967, 1968 e 1969 temos dois campeões brasileiros. que curioso, não ?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cassano no Milan, afirma "Gazzetta Dello Sport".


            Em Outubro ele foi afastado por indisciplina do elenco da Sampdoria. Teria arrumado confusão conm o Presidente do clube, apenas. Hoje, Antonio Cassano já está praticamente contratado pelo A.C. Milan, brada a imprensa italiana e, principalmente, seu jornal esportivo mais confiável, a Gazzetta Dello Sport. Qualquer torcedor milanista iria a loucura com uma contratação dessas e já estaria montando seu time perfeito no PES, FIFA ou qualquer outro jogo desse tipo. Afinal, Silvio Berlusconi finalmente voltou a ser o mecenas que há muito tinha deixado de ser, reforçando o elenco rossonero.


            Desde a conquista da UCL 2006/2007, a política de contratações "low cost" implantada por Berlusconi e seu fiel escudeiro Adriano Galliani deu chance a nomes como Huntelaar, Émerson, um irreconhecível Sheva, em breve retorno de Stanford Bridge, Onyewu, Cardacio, Viudez e outras pérolas. Agora, 3 anos após o momento de glória milanista mais recente, titio Berlusconi resolveu abrir os cofres, juntos dos acionistas, e trouxeram reforços de verdade, como Ibrahimovic, Robinho, Boateng, Amelia, Sokrátis e já, anteriormente, trouxeram Ronaldinho Gaúcho e, a custo zero, Thiago Silva e Flamini. A vinda de Pato foi uma aposta muito boa também, entretanto, muito mais créditos devem ser dados a Leonardo, ex-técnico, por apostar no menino de Pato Branco.


        Cassano, que tem 28 anos, viria para suprir falta de reserva imediato para Pato, pois, apesar de adorar Pippo Inzaghi e o admirar como jogador-caneleiro-goleador, no auge de seus 37 anos não se pode esperar que atuações como a do jogo contra o Real Madrid sejam consideradas "Padrão". O ex-jogador da Sampdoria também pode atuar como segundo atacante, no lugar de Robinho. Aliás, era nessa posição que ele foi destaque temporada passada pela Sampdoria, formando dupla com Pazzini. O antigo camisa 99 da Samp também pode jogar como Trequartista, disputando posição com Boateng e Slowdorf, mas não atua tão bem alí, assim como Robinho também não o faz.
            
           Agora, há um ingrediente que não pode ser esquecido: Antonio Cassano é uma bomba-relógio, assim como, por exemplo, SuperMario Balotelli, atualmente no Manchester City, mas sempre ligado ao Milan nas especulações. Ele foi afastado do time por indisciplina, e um ato grave, que não foi o primeiro e, pode ter certeza, não será o último. Os vestiários de Milanello deverão ser duplicados pois os egos de Ibra, Robinho, Ronaldinho (se esse permanecer, o que parece cada vez mais improvável), Boateng e Cassano não caberão no mesmo espaço físico. É lógico que será função de Massimiliano Allegri, agora que já tem seu esquema de jogo definido e cada jogador por posição, exercer um comando de forma a convencer a todos os jogadores que o Milan é muito, mas muito maior do que eles próprios, e que eles devem jogar por um objetivo maior: o 8º título da UCL e o 18º Scudetto.

Brincando com o perigo, Cassano.
         A Gazzetta Dello Sport afirma que Antonio Cassano se juntará ao elenco do Milan na viagem de intertemporada à Dubai, na próxima segunda feira, dia 27 de dezembro, e que a transação custará aos cofres milanistas a bagatela de 5 Milhões de Euros, a serem divididos entre Sampdora e Real Madrid. O  compromisso valerá até 2014 e anúncio oficial da contratação deve ser feito em 3 de janeiro de 2001.
êita, esse trocadilho infâme de novo...
       Resta ao torcedor milanista esperar e torcer para que, assim como a Internazionale da temporada passada, o comandante seja competente o suficiente para fazer tanto ego e tanto talento funcionar em prol do clube, não em prol da confusão. Trabalho duro, mas ele deve encarar com uma face alegre. 
      

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Milan enfrentará o Tottenham HotSpurs na UCL.


            O sorteio dos confrontos das oitavas de final da UCL 2010/2011, que aconteceu nessa sexta-feira, reservou vários bons duelos já na primeira fase eliminatória do torneio interclubes mais importante deste, e de outros, planeta e, o mais importante, apontou que o rival do Milan nessa etapa será o Tottenham Hotspurs, time londrino que, jogando ofensivamente, venceu a Internazionale na primeira fase e terminou como primeiro colocado no Grupo A. O jornalista Leonardo Bertozzi ( @lbertozzi ), em algumas mensagens no twitter, chamou a atenção a alguns detalhes dos Spurs que fazem deste confronto uma caminho um pouco mais simples para o Milan.

          Os Spurs são um ótimo time, estão em fase espetacular e contam com um bom treinador. Isso é fato e de conhecimento geral. Ainda tem o jogador sensação do momento, o galês Gareth Bale, meia-esquerdo e também lateral esquerdo, que com camisa 3 do Tottenham, marcou 3 gols na Internazionale, no jogo de ida,  assustando o time de Rafa Benítez, e, no jogo de volta, no estádio White Hart Lane, conduziu, junto com Rafael Van der Vaart, o time londrino a vitória e a liderança do Grupo A. Setor por setor, o Tottenham tem: Gomes; Hutton, Gallas, Kaboul e Assou-Ekoto; Lennon, Jenas, Modric e Bale; Rafael van der Vart e Pavlyuchenko. destaques para o banco de reservas que conta, ainda, com Giovane dos Santos, Robbie Keane, Jermain Defoe e Peter Crouch. Indubitavelmente, elenco os londrinos têm. 


       O ténico Harry Redknapp arma seu time em um 4-4-2 em linha, com Lennon aberto pela direita e Bale pela esquerda. O meio campo tem apenas um volante de verdade, Jenas, pois Lukas Modric é, na verdade, meia de ligação. O time joga, normalmente, nos contra golpes, com arrancadas pelas pontas e troca de passes rápida, típica do atual futebol inglês. Parece complicado ? sim, e é. Mas, se o ataque e o meio campo dos Spurs são os setores mais fortes, a parte defensiva é frágil. Essa conclusão é comprovada por uma simples análise no retrospecto do time londrino, que, na UCL, fez 18 gols e sofreu 11 tentos. Esses 7 gols de saldo positivo dão uma falsa sensação de segurança.

      Em uma comparação rápida entre os times ingleses, na mesma fase de grupos, o Manchester United, no Grupo C, marcou 7 gols e sofreu apenas 1. No Grupo F, o Chelsea fez 14 gols e levou 4 enquanto que, no Grupo H, o Arsenal marcou 18 gols e sofreu 7 gols. Agora, quando a comparação é feita com o time do Milan fica mais clara ainda a falta de equilíbrio entre Defesa-Ataque dos Spurs. O time do lado vermelho de Milão marcou 7 gols e levou os mesmos 7 durante a fase de grupos. Desta forma, parece que a classificação do Milan pode ser conquistada explorando essa fragilidade defensiva, pois, como o mesmo Leonardo Bertozzi disse, time que toma muitos gols, mesmo que também marque muitos, não tem grandes chances de avançar na UCL, um torneio em que gols marcados fora de casa são fundamentais.

      Quanto aos outros encontros, o sorteio nos reservou a reedição de duas finais recentes da UCL: a da temporada passada, em que a Internazionale enfrentou o Bayern de Munique, o que acontecerá novamente, e a de 2005/2006, fazendo com que o Barcelona enfrente o Arsenal em novo confronto nesta temporada. O Real Madrid, de José Mourinho, tentará vencer a maldição das oitavas de final contra o mesmo Olympique de Lyon, que eliminou "Los Blancos" temporada passada. 


       Uma claudicante Roma enfrentará um Shakhtar Donetsk enquanto Don Carlletto Ancelotti, com seu Chelsea em crise, terá a baba Copenhagen pela frente. Os saudosos Huntelaar e Raul González, vestindo agora a camisa do Schalke 04, vão enfrentar o Valencia e, para terminar, o Manchester United terá o Olympique de Marselhe como adversário nesta fase.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Rivalidade não se confunde com Ódio.

            Durante essa semana, em algumas discussões pontuais, e mesmo em programas de TV, foi falado sobre rivalidades históricas entre alguns clubes, normalmente do mesmo Estado, e sobre a relação entre torcedores destes clubes. Chamou a atenção, até pelo momento de destaque, positivo ou negativo é questão de ponto de vista, a rivalidade entre torcedores do Internacional e do Grêmio. Na verdade, não exatamente por conta da rivalidade histórica, mas de como os clubes, e os torcedores como um todo, transformaram essa divisão do Rio Grande do Sul entre duas torcidas em uma coisa benéfica, e rentável, para ambos. Agora, quando as atenções foram voltadas para rivalidades de clubes de São Paulo e Rio de Janeiro, o que se percebe é a presença de um ódio puro e gratuito, que é fomentado pelos próprios dirigentes, jogadores e, principalmente, por líderes de torcidas organizadas.

Ótima tirada de sarro dos Gremistas.
             Os clubes do Sudeste deveriam passar a mensagem que a rivalidade não deve ser confundida com ódio. Quando se sabe lidar bem com essa distinção, tudo fica mais fácil e simples de se trabalhar. O Flamengo, por exemplo, pode sim derrotar todos os outros 3 clubes grandes do Rio de Janeiro mas, ao contrário do que se passa na cabeça do torcedor que se diz mais apaixonado, caso Fluminense, Vasco ou Botafogo deixassem de existir ou mesmo fossem todos rebaixados, quem sairia perdendo seria o próprio Flamengo, pois deixaria de ter seus rivais locais, perdendo muito do charme desses jogos. O mesmo vale para o Palmeiras em relação ao Corínthians, ou o Cruzeiro e Atlético Mineiro.

Página principal do site do "Timão" depois de vitória sobre SPFC.
          É lógico que não se espera que o Cruzeirense torça por uma vitória do Galo ou mesmo que um Flamenguista fique muito feliz porque o Fluminense faturou o título brasileiro. Entretanto, o que deveria ser senso comum é que é muito melhor o gosto da vitória e poder cantar esta aos 7 ventos quando o seu adversário está fortalecido ou, pelo menos, serve para fazer uma figuração. Chutar cachorro morto, como minha avó dizia, não tem o mesmo gosto do que, por exemplo, uma possível goleada gremista sobre o atual campeão da Libertadores da América, o Internacional. Os tricolores gaúchos se regozijariam muito mais, assim como se o Flamengo do "pofexô" Luxemburgo desse aquela chinelada no Tricolor das Laranjeiras agora no maldito Campeonato carioca.
         Fazendo um síntese do que se pretende com esse texto é que não se deve confundir a rivalidade saudável,que acaba assim que o árbitro encerra a peleja, com um ódio mortal e frio, que faz com que marginais disfarçados de torcedores marquem brigas pela internet ou que tratem mal qualquer pessoa apenas porque esta torce por outro time. Rivalidade faz parte do esporte, é uma das molas propulsoras e tem significativa importância nessa engenharia movida pela paixão que se chama Futebol.


        Para terminar, um comentário pessoal. Qualquer um no mundo pode ter certeza de que a vitória do Milan sobre a Internazionale, atual campeã de tudo, no "Derby della Madonnina" foi muito, mas muito mais saborosa justamente por ser a Inter a detentora do Scudetto, da Copa da Itália e, principalmente, da UCL. E, ademais, torci para que eles faturassem esse troféu na temporada passada, pois não o conquistavam há mais de 40 anos e isso iria fortalecer o Calcio, e movimentar a diretoria milanista a tomar providências e contratar reforços de respeito. Por enquanto, os resultados foram imediatos e sensacionais.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Valor demais ao título mundial.


            Deve ser culpa do tal de "Complexo de Vira-lata" ou qualquer coisa que um psicólogo do esporte teria o maior prazer de explicar, em palavras muito complicadas e técnicas o que pode ser resumido simplesmente desta forma: O brasileiro, em geral, tem que esfregar na cara dos europeus a conquista de um título mundial. Milhares de motivos e clichê podem ser escritos aqui para justificar, mas não vale a pena gastar tempo com isso. Aparentemente, apenas um título esdruxulho como o Mundial da FIFA aplaca essa sede de vingança, que na verdade é de todas as áreas, principalmente econômica, mas encontra sua válvula de escape no esporte.

           Acontece, torcedor brasileiro de qualquer região, cor, raça, credo ou time, que tal título, tal estrela que é orgulhosamente colocada no escudo do brasileiro vencedor, sempre foi vista como secundária, aliás, o que sempre foi. É verdade que o Mundial de Clubes é colocado em segundo plano na Europa e não é desejo defender a posição deles apenas por ser deles, mas com um argumento que deveria ser universal. Este título mundial é menos importante do que a Champions League ou mesmo o Campeonato Nacional (inglês, italiano, espanhol, qualquer um dos mais importantes) por que esses são mais valorizados.

           Para qualquer torcedor europeu e, mais ainda, dirigentes, jogadores e técnicos, o campeonato continental, a UEFA Champions League, é o título mais importante da temporada, e, muitas vezes parece, mais importante até do que a Copa do Mundo. A UCL tem mais tradição, tem mais audiência, realmente tem os melhores times e os melhores jogadores em campo, no máximo da sua capacidade física e técnica. A glória da conquista de uma UCL é, para eles, incomparável, até por que vira um "Patch" no uniforme, com o desenho da "Orelhuda" e quantidade de glórias continentais conquistadas pela agremição. E, além do mais, a premiação é maior do que a do Mundial de Clubes.

        Quanto aos campeonatos nacionais, mais antigos até que a velha Copa dos Campeões (UCL até 1992), não é tão diferente do que acontece aqui no Brasil, com toda sua tradição e as rivalidades. Um título nacional impõe o devido respeito no âmbito interno do esporte e, ainda, ecoa no âmbito continental se a conquista for gloriosa, com grandes vitórias no clássicos e tudo mais. Agora, o que difere é que as estrelas de campeão não são bordadas com tanta facilidade como por essas bandas. Na Lega Calcio, por exemplo, o emblema ganha uma estrela a cada 10 títulos nacionais conquistados. A Juventus de Turim ostenta 2 estrelas pelos seus 27 títulos nacionais enquanto Internazionale e Milan, com 18 e 17 títulos respectivamente, têm ambos uma estrela bordada acima de seus escudos.

         Seria bom ter essa postura adotada aqui, pelo futebol brasileiro. Começar a ver o título da Libertadores da América ou mesmo do Brasileiro como os mais importantes a serem disputados, pois são os mais difíceis, os que realmente vão para história e marcam o jogador, o torcedor e o clube. Valorizar o que é nosso, sem ufanismo idiota, seria muito mais importante e uma atitude forte para mostrar para que quiser que não se precisa derrotar um time europeu para se considerar um clube, ou time, bom de verdade.

Atualização:
        Éééééé, amigo. Não tem mais Mazem-Bobo no Futebol Mundial.

Atualização 2:
ORDINÁÁÁÁÁRIA !
            E Roth, vê se aprende dar explicações melhores por que " O Tchan do Futebol" num dá.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Boateng, Robinho e Ibra marcam na vitória sobre o Bologna


            Aos poucos, Massimiliano Allegri vai mostrando que quase todas as contratações feita no início da temporada fora imprescindíveis à uma melhora gritante no futebol pratico pelo Milan. Ainda, a postura de manter medalhões, como Ronaldinho Gaúcho e Seedorf, no banco de reservas se confirma como a mais acertada, assim como a manutenção de Christian Abbiati como arqueiro titular. Neste domingo, em jogo válido pela 16 ª rodada da Lega Calcio, o Milan foi ao Estádio Renato Dall'Ara enfrentar o Bologna, do ótimo Marco Di Vaio, e saiu com uma vitória e um futebol incontestávelmente superior.

          Ocorreram alterações no time titular rossonero, que foi a campo com Abbiati; Abate, Nesta, Bonera e Zambrotta; Gattuso, Ambrosini (c) e Pirlo; Boateng; Robinho e Ibrahimovic. Já no primeiro minuto saltou aos olhos a alteração de posição de Pirlo, que não mais estava postado como volante a frente da defesa, e sim mais à esquerda, com liberdade para subidas constantes ao ataque e, principalmente, evitando tantas bolas perdidas pelo camisa 21 quando resolve ficar girando feito bailarina a frente da zaga milanista. A escalação de Kevin Prince Boateng novamente como Trequartista, dando a entender que o técnico teria fica alegre (HÁ!) com sua boa atuação nesta mesma posição no último jogo da Lega Calcio, também foi uma grata surpresa, pois, ao contrário de seus concorrentes a posição, o "Príncipe" tem um toque de bola mais veloz.

          Agora, ao que interessa. Já aos 8 minutos de bola rolando, Ibrahimovic resolveu mostrar porque pode ser considerado a melhor contratação feita na última janela em toda Europa. O sueco, na ponta esquerda da área do Bologna, centrou com precisão a bola para Boateng, o trem sem freios, que , com a perna direita, tocou para marcar seu 2 º gol com a camisa milanista. Essa foi a 17ª assistência de Ibra na Lega Calcio. Depois do gol, o jogo ficou em ritmo de treino, sem muita ação ofensiva de ambos os lados, o que serviu para perceber a boa partida que Bonera realizava aos lado de Nesta na zaga central e a melhora gradativa de Abate como lateral direito titular. A monotonia foi quebrada aos 35 minutos, em rápida troca de passes, no lado direito do ataque do Milan, entre Ibra, Boateng, que em um giro, passou a bola para Robinho, que levou até a pequena área de Viviano e chutou para o fundo das redes, marcando seu 6º gol da Lega Calcio.


       O camisa 70 do Milan vem marcando paulatinamente e melhorando, em muito, o nível de suas atuações. Assim como Boateng, com a camisa 27, está atuando com muita segurança no papel de meia de ligação. Agora, faltam elogios para Ibrahimovic. O camisa 11 poderia ter aumentado o placar logo aos 37 minutos, em outra linha de passes rápida, ams o bom arqueiro Viviano impediu e, ainda poderia ter conseguido sua 18ª assistência, em linda cavadinha, se Robinho não fosse parado, novamente, por Viviano. No rebote, Zambrotta ainda acertaria o travessão.


         Na segunda etapa, Allegri processou algumas alterações logo no início. Aos 52 minutos, Gattuso deu lugar ao jovem Strasser que, embora um pouco atrapalhado, se movimentou bem e contou com a confiança do time. Após 4 minutos, a segunda substituição foi efetuada, tendo Zambrotta cedido lugar a Antonini. Aos 59 minutos, numa das subidas de Pirlo ao ataque, agora pelo lado esquerdo do meio campo, ele acertou um passe magistral para Ibra que matou de peito, já tirando do alcance do zagueiro e bateu para o gol contrapé de Viviano. Golaço do Sueco e vantagem estabelecida. Quando o relógio marcava 71 minutos, Boateng foi substituído por Seedorf, acabando com as esperanças das "Ronaldetes". Em seguida, dois lances foram marcantes para confirmar Abbiati como goleiro titularíssimo do Milan.


       O arqueiro camisa 32 milanista, quando 72 minutos de jogo já haviam sido jogados, defendeu uma cabeçada de Meggiorini, que entrara no segundo tempo, no canto inferior esquerdo, muito colada ao poste. Apenas 5 minutos depois, Seedorf fez pênalti em Di Vaio, marcado pelo juizão Gianluca Rocchi. O camisa 9 do Bologna telegrafou o canto que ia bater e Abbiati entendeu a mensagem, fazendo uma defesa sensacional. Desse lance até o fim, o jogo seguiu em ritmo de treino para o Milan.


      Com a vitória, o Milan chega a 36 pontos e espera o jogo de mais tarde, entre Juventus e Lazio, em Turim, para, dependendo do resultado, saber se tem 6 pontos de diferença para os vice-líderes (em caso de vitória do time de Turim) ou apenas 3 pontos da vice-líder Lazio, em caso de vitória do time de Roma.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Parabéns ao Campeão Fluminense e o fim de um discussão tola.


            Primeiramente, parabéns ao time do Fluminense que foi o mais competente nesse BR-10, levantando merecidamente a taça e devolvendo ao melhor técnico do Brasil, Muricy Ramalho, o seu devido posto. Como já foi dito aqui, é complicado considerar o "Futebol Carioca" como vencedor, mas sim os clubes cariocas, os times, apenas. Não se tem, obviamente, a intenção de diminuir a importância do título do Tricolor das Laranjeiras que, mesmo com uma atuação ruim de doer na última partida do BR-10, contra um já rebaixado Guarani. De acordo com @carla_bda , o Flu estava doido para ouvir um "ééééé, amigo, o Fluminense vive um draaaama !".


            "Segundamente", como diria o outro, a discussão inútil sobre ser esse o Bi ou Tricampeonato do Fluminense, já que o título conquistado em 1970 seria discutível, pois se considerariam apenas os Campeonatos Brasileiros disputados a partir de 1971 como válidos. Antes haviam dois torneios de caráter nacional, a Taça Roberto Gomes Pedrosa e a Taça Brasil, ambos organizados pela CBD (Confederação Nacional de Desportos), ou seja, anteriores a criaça da atual e medonha CBF. A discussão se arrasta a tempos, assim como a chatíssima história do título brasileiro de 1987, com a continuação da "Taça das Bolinhas", outro ponto insuportável que vez por outra reaparece para assombrar os dirigentes clubistas, cartolas parciais e o torcedor mais fanático, e ignorante.


          O argumento para encerrar essa discussão tola é bem simples: O Fluminense é tão Tricampeão Nacional quanto o Flamengo é Hexa e o Vasco da Gama é Tetra. Mas preste atenção, não foi dito que eles  venceram o Campeonato Brasileiro, mas sim que são campeões nacionais. Logicamente, para o torcedor mais fanático, não faz diferença, mas existe, mesmo que mínima. O Campeonato Brasileiro, organizado pela CBF, teve seu início sim em 1971, isso é ponto pacífico. Assim, o Flu tem dois títulos de Campeonato Brasileiro, mas, desconsiderar a Taça Roberto Gomes Pedrosa é o mesmo que desconsiderar a Copa União, conquistada pelo Flamengo em 1987, e a Copa João Havelange, conquistada pelo Vasco da Gama em 2000.

         Desta forma, a ressalva sobre o título das competições nacionais devem ser feitas acerca de seus nomes e datas, mas não desconsideradas. Por isso, a consideração do Fluminense ser tricampeão NACIONAL é válida, mas não Tri do BRASILEIRO. Pode parecer um argumento tolo, que não resolve muita coisa, mas tem lá seu fundamento e, convenhamos, agrada a quase todos os clubes do Rio de Janeiro, exceção ao Botafogo e sua estrela solitária conquistada em 1995.


        Já se disse muita asneira para desmerecer o título da Taça Roberto Gomes Pedrosa, o "Robertão". Uma das mais clássicas é que ele não deve ser considerado porque se jogou na época do Futebol Amador no Brasil. Cara pálida, se for assim considerado, não mudou nada pois, de verdade, o que não existe em relação ao Futebol nacional é tal "Profissionalismo". Quem estuda de verdade e compara com modelos profissionais de verdade (principalmente o modelo Europeu), sabe muito bem disso. Já se disse também que por terem sidos organizados pela CBD, anterior a CBF, os títulos seriam inválidos, servindo apenas para história. Daí replica-se que, essa época de "Futebol Amador", das disputa do "Robertão", coincide com 3 dos 5 títulos mundiais conquistados pela Seleção Brasileira (comandada pela mesma CBD). Então, seria o Brasil Bicampeão Mundial, com apenas os títulos de 1994 e 2002 ?. 


        O que falta ao Futebol Brasileiro, em especial aos grandes clubes, é exatamente a noção de que essas discussões ridículas devem ser deixadas de lado e que uma grande união deles, com força e poder de negociação, sem se curvar aos mandos e desmandos de CBF ou Rede Globo. Os dirigentes deveriam deixar de serem simples torcedores fanáticos cegos pela possibilidade de ofuscar uma conquista belíssima de um adversário.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Milan bate Brescia por 3 a 0 e reassume a liderança.


            O Milan jogou nesse sábado, em San Siro, contra o minúsculo Brescia com a missão de vencer e retormar a liderança da disputa pelo Scudetto já que, na sexta feira, a Lazio fez o favor de vencer uma decadente Internazionale por 3 a 0, com um gol de Hernanes,e chegou aos mesmos 30 pontos do time do lado vermelho de Milão. A partida no San Siro serviu para mostrar o abismo que separa o Brescia, 16º colocado na Lega Calcio, e o time muito bem armado por Massimiliano Allegri e bastante motivado pelo bom momento que vivem Ibrahimovic e, pasmem, um Robinho que vem atuando bem devido a sequência de jogos em que tem atuado.
          O técnico Allegri mandou a campo Abbiati, Abate, Nesta, Thiago Silva e Zambrotta; Gattuso, Pirlo e Ambrosini; Boateng; Robinho e Ibra. A surpresa foi a presença de Boateng na posição de Trequartista, onde, teoricamente, disputam vaga Seedorf e Ronaldinho Gaúcho. Aliás, com a escalação do ganês, ficou mais claro que o brasileiro da camisa 80 está no banco de reserva não apenas por castigo, mas deve haver uma motivação comercial, visando a negociação do gaúcho que recebe o 2º salário mais alto do time, perdendo para Ibrahimovic que está fazendo valer todo centavo investido.

          Levou apenas 4 minutos de bola rolando para o placar ser mexido. A jogada do primeiro gol milanista começou com um atento Robinho interceptando um passe no meio campo, tocando para Zambrotta, que subia pela esquerda. O lateral italiano tocou para Ibra que, em tabelinha com o capitão Ambrosini, invadiu a área do Brescia e centrou para Boateng marcar seu primeiro gol com a camisa do Milan e comemorar dando cambalhotas no ar. Allegri deve ter suspirado de alívio, pois era uma clara aposta de alternativa a entrada de Ronaldinho Gaúcho. Com o placar aberto, uma inexplicável preguiça dominou o time inteiro do Milan, que deu espaços para o ataque do Brescia. Essa foi a hora do goleiro Abbiati demonstra que está em boa forma e defender três ótimas chances de empate criadas por Diamanti e Caracciollo. Este último acertou um voleio lindo, defendido pelo arqueiro milanista.

        Aos 28 minutos de jogo, uma bola muito mal recuada para defesa do Brescia, contando com uma cochilada do zagueiro que deveria dominar essa mesma bola, caiu no pé de Robinho que invadiu a área e bateu na saída do goleiro Sereni. As contusões de Pato e Inzaghi deram as chances que o ex-Santista tem aproveitado bem. Triste é a comemoração com uma dancinha de envergonhar qualquer milanista. E, para fechar o placar e praticamente acabar com o jogo, Ibrahimovic deixou o seu aos 30 minutos. O sueco recebeu a bola na entrada da área, levou até a  ponta direita da pequena área, esperou juntarem 3 defensores na sua frente e, com dois toques longos adentrou na mesmo pequena área e mandou um chutaço indefensável. Números finais dados, 3 a 0 para o Milan.

      A destacar no segundo tempo apenas a boa partida de Boateng como meia de ligação, de Thiago Silva, como sempre, a notável melhora técnica de Abate como lateral direito, defensivamente falando, e a entrada de Ronaldinho Gaúcho apenas aos 70 minutos de jogo, no lugar de Ibra, que merece o descanso num partida já definida. O Gaúcho teve um boa chance, após um bom cruzamento de Abate. Na marca do pênalti, o camisa 80 do Milan bateu de primeira, por cima do travessão de Sereni.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Barcelona, em seu aniversário, goleia Real Madrid por 5 X 0

            Acachapante, avassalador, fantástico, inacreditável. Não é muito fácil descobrir elogios e adjetivos que  possam definir completamente o verdadeiro futebol, que é praticado apenas na Catalunha, em especial no Barcelona. Os Blaugranas receberam o Real Madrid para "Él Clasico" no Camp Nou, em partida válida pela 13ª rodada de La Liga. Era esperado um clássico de verdade, um encontro dos galáticos vestidos de brancos e comandados pelo competentíssimo Mourinho e os "blaugranas", com seu futebol de posse de bola e infiltração (pedreiros não gostam muito...) na defesa adversária. O técnico do time catalão avisou pela imprensa que não mudaria o estilo de jogo do Barcelona para o clássico, pois eles só sabem jogar daquela maneira. Ainda bem.
          O que se viu, na verdade, desde o primeiro minuto de jogo, foi que o Barça estava em campo para dar aula de futebol e ser visto e apreciado, sem moderação. Los Blancos estavam estáticos, sem qualquer reação diante do toque rápido do futebol catalão. Aos mais de 60 mil expectadores presentes, soma-se mais 11 jogadores do R. Madrid. A conta começou a ser feita logo aos 10 minutos de jogo quando Iniesta, aproveitando o espaço que Sérgio Ramos deixou livre durante todo o primeiro tempo, deu passe em diagonal para Xavi que ajeitou a bola com o calcanhar e a fez cair mansamente em sua frente para bater e encobrir o arqueiro Casillas, que foi buscar a primeira das cinco bolas que foram parar no fundo de suas redes. O Real Madrid via os jogadores do Barça jogarem entre suas linhas imóveis de marcação, passando a bola de pé em pé. Assim, viram Xavi virar o jogo, da direita para esquerda, e achar Villa sozinho na ponta da grande área. O camisa 7 levou Sérgio Ramos até dentro da pequena área, de onde centrou para Pedro, com Marcelo chegando atrasado na marcação, ampliar a vantagem blaugrana.

Xavi comemora seu belíssimo gol.
         A estrela maior Madridista, Cristiano Ronaldo, se viu anulado o jogo todo por uma marcação fortíssima de de muito perto feia por Puyol. O camisa 7 de Madrid teve um faniquito e, aos 30 minutos, empurrou Pepe Guardiola quando este foi devolver a bola para cobrança de lateral do time de Madrid. Confusão armada, clima tenso e cartão amarelo para o goleiro Valdés, que veio tirar satisfações. Depois dessa confusão, o Barça esperava o Real Madrid em seu campo de defesa, aguardando a chance do contra-golpe. Mesmo com a inversão de lados de C. Ronaldo e Di Maria, sumido de jogo, o Real não levava perigo ao gol do Barça, e quando tentava armar jogadas, errava passes demais no meio campo. O jogo seguiu assim até os 54 minutos de jogo quando Messi, que estava discreto no jogo, aproveitou os espaços que Marcelo, que se arriscava mais ao ataque, e deu passe em diagonal para Villa, que deixou o zagueiro Pepe falando sozinho e tocou para o fundo das redes, ampliando o placar para 3 a 0.

David Villa após seu 2º gol.
      Lionel Messi, que no esquema de Guardiola, tem liberdade para circular pro todos os setores do ataque, voltou a servir Villa, aos 57 minutos de jogo, novamente pela direita em passe diagonal, que estava na ponta esquerda da grande área. David esperou a saída de Casillas para tocar a bola entre as pernas do goleiro merengue e decretar de vez o fim de jogo para o Madrid. Ao menos era o que parecia. Pepe Guardiola começou a mexer no time para preservar jogadores importantes. O primeiro a sair foi justamente Villa, dando lugar para o garoto Bojan que, em 1 minuto em campo, teve duas chances claras de gol. Na primeira, ele se enroscou na corrida e quase tropeçou, enquanto na segunda ele bateu firme, da direita, para defesa de Casillas. Logo após foi a vez de Xavi dar lugar a Keitá e Pedro para Jeffren. Os meninos das "canteras" do Barça mostraram vontade e, aos 91 minutos, Bojan, novamente aproveitando o espaço deixado por Marcelo no lado direito do ataque blaugrana, cruzou para Jeffren marcar um gol com o carimbo das categorias de base que funcionam.
Momento do gol de Jeffren. Categoria de base é isso.
       Depois desse gol, o caldo engrossou e Sérgio Ramos, que havia perdido todas para Messi, resolveu descontar acertando um pontapé criminoso no argentino e, já no meio da confusão, empurrou o zagueiro Puyol. Resultado: expulsão do camisa 4 Madridista e suspensão.
Ataque de pelanca de C. Ronaldo.
       Foi um jogo sensacional de uma equipe só. José Mourinho foi correto ao afimar que o "Barcelona é um produto acabado. No Real Madrid ainda há muito que ser feito." Concordo, Special One, mas que essa derrota foi retumbante e vai pesar muito, ah isso vai.