Meninos e meninas, eu vi ! Durante uma temporada, eu vi jogos muito chatos de uma Milan em formação, com grandes jogadores mas sem carisma, sem alegria, dono de um futebol preguiçoso e burocrático. Eu vi pedirem a cabeça de um novo e bom técnico, mas que tinha uma mentalidade provinciana ainda, achando que um empate sem graça em pleno San Siro era suficiente. Eu vi a chegada de um grande atacante de ligas caseiras, mas péssimo em partidas internacionais, acompanhado de um jogador que eu sempre desprezei e critiquei. Durante esse meio tempo, eu vi o Presidente ser acusado pela milhonésima vez de abusar em suas festas regadas a ninfetas e Whisky
Todos viram a força hegemônica da Itália se transformar em uma coadjuvante de gala, com a queda de rendimento de suas principais estrelas e sofrendo de um problema que assolou o Milan nas últiams temporadas: o envelhecimento do plantel. Todos também viram uma traição inesperada e inexplicável, que parecia ser dos pesadelos para os Milanistas, com a subida repentina de produção da Inter. Mas ela se mostrou, na verdade, uma repetição do que se viu em Milanello na temporada passada. Uma tragédia em azul e preto, sem tática, sem inteligência, que foi castigada da melhor maneira possível: a derrota acachapante no Derby della Madonnina. Adeus ao Scudetto, Traitor Leo. Adeus a UCL de forma vergonhosa, Traditore Leo. Bem vindo ao seu inferno, que te respeitou por 13 anos, e agora te mostra a força do Diavolo.
Depois da mais uma eliminação na UCL, o que sei viu foi, finalmente, um time de verdade. Ainda chato e sem graça, mas objetivo. E algumas figuras devem ser citadas, com destaque. O outrora contestado arqueiro Abbiati teve atuações impecáveis a temporada inteira. A zaga formada por Nesta e Thiago Silva é uma das melhores do mundo, indiscutivelmente. O lateral direito Abate finalmente aprendeu a ser lateral e é dono do lado direito de San Siro. O atacante Robinho, mesmo ainda dono do meu desprezo, foi importante nessa campanha pelo Scudetto. Nosso Prince Boateng é, de longe, o jogador mais versátil do time, e dono de um pulmão invejável. Clarence Seedorf voltou a jogar o fino do futebol holandês do início de sua carreira, na década de 60.
No ataque, Alexandre Pato, mesmo com o "Corolário Pato", se mostrou decisivo. Zlatan Ibrahimovic mostrou, com gols e assistências, que é top, mas apenas nas ligas. Um irreconhecível Mark Van Bommel vem marcando bem, e sem matar ninguém. E, finalmente, Don Max Allegri, que juntou todas essas peças em seu esquema e fez tudo funcionar, mesmo com peças faltantes, como um Trequartista fuoriclasse.
Assim como no último Scudetto, há 7 anos, na temporada 2003/2004, o título pode vir no Estádio Olímpico, contra uma Roma em ascensão, com Totti on fire, quebrando recordes, e o 'aeroplanino" Vincenzo Montella no comando. Tudo que o Diavolo precisa é um empate, e mais nada. Pode ser hoje, e Adriano Galliani já avisou que é hora de voltar a topo da Europa.
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