sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Eu adoro os Estaduais!

Salve, salve, caneleiros. Cá estou de volta para ajudar a não cumprir as famigeradas promessas de ano novo, neste caso, a de manter regularidade nas portagens deste espaço. Sempre que começo um texto, largo o rascunho e não termino, logo, deixo os amigos, inimigos e leitores órfãos de mais uma opinião sobre uma animosidade qualquer do mundo dos esportes.
Desabafo feito, tomo a palavra para declarar meu amor aos Campeonatos Estaduais. Sim, você pode desistir de ler o texto agora e comentar no fim que sou idiota mas a sua conclusão será precipitada.
Sério, tirando o Moraes, que torce pro Milan, e algumas outras exceções, quem cresce numa cidade e torce para um time do local sabe o quanto é prazeroso assistir a um jogo do seu time, comemorar uma vitória, repercutir o golaço do fim de semana, saborear um título e até mesmo chorar uma derrota. Isso tudo, claro, com o seu time perto, podendo assistir, convivendo com outros torcedores, o que no caso do Moraes é mais difícil. Os campeonatos estaduais trazem isso para perto de todos nós.
E os times de bairro/cidade que durante aqueles três ou quatro meses representam um pedacinho de lugar e seus fieis seguidores. Eles e suas cores, tradições, manias, superstições. Sim, eles estão quase acabados, boa parte não sobreviveu a mercantilização, mas outros tantos ainda estão por aí. E outros foram substituídos, a nova ordem deu a empresários e prefeituras a oportunidade de gerências esse pedaço de paixão, mas já disse o bravo Bam-Bam, aquele que inaugurou a honrosa categoria dos ex-ex-BBB: faz parte.
Óbvio, que os estaduais estão inchados, óbvio que há um grande conflito de interesses entre as federações e os clubes de maior investimento (eufemismo horroroso graças ao politicamente correto no futebol) mas quem curte história do futebol (não nos mande aos museus) e a essência de torcer, sabem que os estaduais são legais. Ir jogar nos alçapões com nomes imponentes sempre causou calafrios nos grandes times: Guilherme da Silveira, Conselheiro Galvão, Teixeira de Castro, Ítalo del Cima, Bariri... Fora as viagens a Campos, Volta Redonda, Saquarema, Três Rios.
Sim, agora além de idiota você pode querer me chamar de saudosista. Mas que eram bons tempos de jogos nesses estádios, eram. E são! Após o empate contra o Bangu, o técnico Oswaldo de Oliveira listou diversos fatores, especialmente o gramado e o estádio de Moça Bonita. E no Rio, já vimos como é chato o Estadual sem jogos nos estádios pequenos. Vira um bando de jogo-treino que podem até derrubar técnicos mas não motivam os torcedores. Pena que no Rio, apenas 4 times tem estádios em condições de mandar seus jogos contra os grandes. 
Eu também acho que os estaduais estão inchados, que é um exagero ter o Paulistão com 20 times, Carioca e Gaúcho com 16. Sei que diminuir o número de clubes talvez decretasse de vez a morte dos donos desses estádios que citei e que a tal mercantilização talvez esmagasse de vez a tradição. E o que seriam de Dé, Macula, Clodoaldo, Givanildo, Ozeias... Mas não, não acabem com os Campeonatos Estaduais.

Isso me lembra um samba, Argumento, de Paulinho da Viola.

Um comentário:

Anônimo disse...

VC É DOENTE.