segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Inconfundível brilho da prata.

Ele é um dos melhores no que faz. Tem a habilidade para fazer o que quiser com a bola nos pés. Abusado e arredio, não tem medo de partir, correr, driblar e acelerar o jogo ou, se necessário, travar a partida de um jeito que ninguém consegue desatar o nó que ele faz. Mas todo esse talento veio em conjunto com uma falta de sorte de dar gosto.

Nascido em uma cidade pequena, começou em um clube pequeno e, aos poucos, foi chamando a atenção por sua habilidade incomum e por um inconfundível talento, tanto com a bola quanto com as mulheres. Foi aclamado por muitos o melhor jogador em atividade durante um bom tempo. Ganhou quase todos os títulos que podia com seu clube. Com toda badalação e apoio, levou seus gols e seus dribles ao máximo que podia, a seleção nacional.

Contudo, estava sempre um passo atrás, sempre vivendo as sombras de alguém. Mas não alguém simplesmente assim, o "alguém". Não importava o quanto corria, fazia, se esforçava. A partir de certo momento de sua carreira, passou a ser visto como um ótimo coadjuvante. Todos viam suas qualidades, mas havia um astro maior em atividade e o eclipse foi inevitável.

Até certo momento, quando um desses imprevistos da vida surge e lhe dá a chance, talvez não desejada daquele modo, de ser protagonista novamente e mostra para o mundo todo que há vida além do os olhos alcançam.
Essa parte do texto remete a quem? se você pensou Mané Garrincha, acertou. Mas repare no futebol moderno e veja que o "anjo das pernas tortas" deixou um herdeiro, lusitano ainda. O gajo Cristiano Ronaldo é, indubitavelmente, o Mané Garrincha do futebol moderno. Um jogador quase perfeito, completo, mas que teve o azar de ser contemporâneo do astro principal do velho esporte bretão.
Cristiano Ronaldo precisa, assim como Mané precisou, de um acaso para ser protagonista novamente. O português precisa de um "1962" em sua vida, um imprevisto que impeça o maior de todos de jogar. Só assim Ronaldo terá, novamente, o seu ano, o seu nome escrito no mais alto lugar do panteão esportivo.
Agora, espera-se que, caso esse "1962" ocorra na vida do gajo, ele não se perca, assim como fez o Mané.

UPDATE

Essa foto não podia ficar de fora. Impagável.
Via @101greatgols.

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