Inegavelmente o Milan jogou para empatar. Em que pese o gol relâmpago de Alexandre "il papero" Pato, aos 24 segundos de jogo ( O quinto gol mais rápido da UCL) e a ótima atuação do Senador Seedorf, a única saída viável ante ao atual campeão europeu era incorporar a aura defensivista italiana. E Massimiliano Allegri sabia disso.
Com a baixa de Ibrahimovic logo na segunda feira, por causa de contusão em treino, as especulações acerca dos titulares no maior jogo da primeira fase da UCL foram grandes. Por falta de opções ofensivas no banco de reservas, chegou-se a cogitar o retorno ao 4-3-2-1 Ancelottiano, deixando Prince e Emanuelson jogarem na armação, atrás da referência Pato. Assim, Cassano, o outro atacante disponível, entraria no segundo tempo. Mas Allegri, muito esperto, ouviu a voz de Galliani e escalou o ataque CassanoPato (by @alcysio), com Zambrotta na lateral esquerda e o trio de volantes formado por van Bommel, Nocerino e Seedorf, no velho 4-3-1-2 de guerra.
Durante o jogo, o que se viu foram grandes falácias caindo ao chão. A começar pelo injustiçado arqueiro Abbiati, que, de tão criticado no passado, vem mantendo um alto nível nas atuações invejável. Ainda na defesa, após uma estréia terrível na Lega Calcio, Alessandro Nesta mostrou porque ainda carrega a pecha de melhor zagueiro italiano em atividade, ao lado de Chiellini. Seguro, certeiro e muito bem nas antecipações, desfez todo o temor sobre seu nível técnico estar caindo. O lateral direito Abate merece elogios, apesar do gol de empate ter saído pelo seu lado. Ele defendeu muitíssimo bem e nas poucas vezes que subiu ao ataque, mostrou velocidade e ímpeto.
A atuação do novo camisa 22, Nocerino, foi regular, destacando que sua função era apenas defender. Mesmo quando Allegri alterou o esquema, abrindo o ex-jogador do Palermo para o lado direito, Nocerino não comprometeu e ainda faturou o escanteio que gerou o gol de empate. Outro que merece elogios é Clarence Seedorf. O holandês 10 voltou a mostrar que tem muita lenha para queimar ainda, com uma atuação digna do seu início de carreira, lá na década de 60, ao som de "The Beatles".
Quem decepcionou foi Cassano. Disperso o jogo inteiro, não criou nem marcou. Na verdade, nem sei se entrou em campo. Além do atacante, Ambrosini, que entrou no lugar do contundido Boateng, fez tanta besteira, mas tanta besteira, que eu agradeci que a faixa de capitão estava com Seedorf. Falando em besteira, não entendi porque Allegri não aproveitou a oportunidade e deixou Zambrotta por Barcelona mesmo.
Contudo, missão cumprida. O empate no último minuto da prorrogação, com gol de cabeça de Thiago Silva, fez justiça ao jogo. É lógico que o Barcelona é o melhor time, foi melhor, atacou muito mais, chutou muito mais a gol e ofereceu perigo constante. Ainda assim, se defender bem, postar um time de maneira impecável na defesa e ser oportunista nas poucas chances de ataque que se tem é louvável e complicado, por isso o prêmio foi o ponto que pode deixar o Milan na liderança do Grupo H ao final desta fase na UCL 2011/2012.
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