quinta-feira, 8 de março de 2012

Para não ficar só na história!


             Já está mais do que na cara: o futebol brasileiro está em forte declínio. Em linhas diretas, já passou do ponto da mesmice. E as provas disso são o que não faltam: seleção principal em crise, divisões de base com talentos cada vez mais escassos, times com dívidas que crescem na velocidade da luz, totalmente mal administrados, entregado às moscas.


          Certo. Que está em declínio é de fácil constatação. Mas, no núcleo do problema, o que tem gerado essa “crise” que parece que tão cedo irá acabar? Será que o brasileiro esqueceu como jogar bola? Não. Será, então, que foram os outros países que se desenvolveram demais? De certa forma sim, mas essa ainda não é a melhor explicação.
         O fato, genuíno, é que, de fato, ficamos pra trás. E isso se deve, dentre outros fatores, como o da última pergunta, mas principalmente, à gestão porca, de irresponsabilidade, arcaica, retrógrada e viciada do futebol brasileiro. E isso é no geral, tanto para a seleção, por meio da “jurássica” e impiedosa CBF, quanto para os clubes com seus “macacos velhos” de sempre. As verdadeiras figurinhas carimbadas. Os mandas-chuva que, aparentemente, haviam deixados o esporte, mas que deixaram rastros: seus fieis sucessores, rombos econômicos e fortes vícios administrativos.
          Triste para o futebol brasileiro. Mas, então, se já se sabe do declínio e já se tem a justificativa deste, como e por que não consertar? Simplesmente, por um conjunto de palavras: vício, medo de mudança (covardia), e, principalmente, com a frase: “a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco” (com livre interpretação do leitor).


         Há, no entanto, algumas diretorias de clubes de futebol que tentam sair pela tangente perante a crise geral. Os maiores exemplos são as diretorias de Santos (com um excelente trabalho de revitalização encabeçado por Luís Alvaro), Internacional (com a primeira profissionalização efetiva) e, agora por último, Atlético Paranaense e Vasco.
         “Ah, mas esse escritor está de brincadeira! Santos e Internacional tudo bem, mas o Atlético Paranaense e Vasco?! Qual a explicação disso” – diz a voz irritante - Mas sim! O Atlético Paranaense! O Vasco!



         “Mas por quê?!” – Vamos aos fatos, primeiro o Atlético Paranense: Quando o clube caiu para a segunda divisão do campeonato brasileiro, no último ano, o clube se viu em uma crise administrativa geral. Aquela relatada no início do texto... Pois bem, o clube se preocupou, pois, em passar por uma total reestruturação, sendo completamente profissionalizado e montando uma estrutura de extrema ousadia para o futebol, contando com pessoas de extra competência. Só o tempo dirá se o resultado disso tudo é positivo ou negativo, mas o que importa é que o clube teve aquela chave de palavras ditas como essenciais para esquivar da crise: coragem, ousadia e modernidade. O primeiro resultado disso tudo é, já, o título do primeiro turno do campeonato paranaense.
          O Vasco entrou nessa lista, ainda mais recentemente. Com a saída do seu nome forte do futebol, o tão falado diretor executivo Rodrigo Caetano. O até então supervisor, Daniel Freitas assumiu o setor provisoriamente. As coisas pareceram desandar no futebol. Notícias começaram a vazar, a atuação no mercado de transferências ficou cada vez mais ineficaz, e o clube se viu sendo engolido pela crise geral brasileira.
         Mas a gestão Dinamite-Mandarino (presidente e vice) usou da chave mágica. Foram para o mercado de diretores com um olhar ousado, moderno, corajoso e agressivo. Não escutaram críticas e trouxeram “da Europa, o Brasileiro” Frank Assunção para ser o novo homem forte do futebol. Frank já trabalhou em pequenos projetos de futebol em países europeus, como Itália, Suiça, Portugal e Inglaterra. Mas a grande questão da contratação vai além disso. Para quem não sabe, Frank é um profissional extremamente estudioso, com muita vivencia administrativa, olhar moderno e pensamento ousado. É jovem, como a situação exige, e tem tudo para dar certo, fazendo do Vasco mais um clube a sair pela tangente perante a forte crise brasileira.
        É ! De fato, a situação não é fácil. Poucos clubes, por enquanto, tem a ousadia de se sacudir para espantar o vírus da mesmice, do retrocesso, da covardia. E ainda pior que isso, a entidade máxima deste futebol é a pior de todas e não se move por nada. Ou estaremos perdidos, ou nos mexemos rapidamente, como já fizeram alguns clubes. A situação já passou do ponto, a ação deve ser para já. Ou, senão, o futebol brasileiro vai ficar na história. Mas só nela.

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