quinta-feira, 7 de julho de 2011

Argentina de Batista = Argentina de Maradona


           Acabou de acabar a segunda partida da badalada seleção argentina pela Copa América 2011. Um patético empate sem gols com a Colômbia que poderia muitíssimo bem ter terminado com uma vitória de seleção do Cartel de Medelín. Os portenhos devem agradecer a Sérgio Romero, goleiro #23, pelas ótimas defesas, e Dayro Moreno, atacante colombiano camisa #17, que perdeu um dos gols que até a ex-mulher perneta do Paul McCartney faria.


        Falta a seleção argentina, comandada por Sérgio Batista, exatamente o que faltava na época em que "el pibe" Maradona era o técnico: conjunto e tática. O técnico (?) Sérgio Batista tem um problema dos diabos parar resolver, que parece o melhor dos problemas para qualquer técnico do mundo: excesso de peças talentosas. Batista, com aquela gravata azul-da-cor-do-mar e gumex no cabelo, não consegue de maneira nenhuma armar um time que, para qualquer outra pessoa que entenda minimamente de futebol, já está montado a tempos.

      A começar pela defesa, G. Milito é reserva do reserva no Barcelona. Guardiola não escala ele em jogos de verdade porque sabe da falta de capacidade técnica do jogador. Tanto que, ao invés dele, escala Javier Mascherano ao lado de Piqué na defesa blaugrana. Mas Sérgio Batista o coloca de titular ao lado de Burdisso, que ainda é jovem e pode melhorar. As laterais, com Zanetti no auge dos 38 anos, e um não mais que esforçado Zabaleta mostra outra fraqueza argentina.


        No meio campo de Batista reside o maior dos problemas, que tem a solução mais simples do mundo. O técnico escala Cambiasso e Mascherano como volantes de marcação. Ótimos, diga-se de passagem, apesar de achar que Mascherano renderia melhor na zaga. E, ao invés de colocar um meia de criação para cadenciar e criar o jogo, com talento invejável e que é disputado na Lega Calcio com ardor, o camisa # 18 Javier Pastore, a besta portenha escala um terceiro volante, Éver Banega. Aí, o meio campo fica burro e sem ligação com os três atacantes. O jogo se resume a correria e a limpagem de trilhos do careca Cambiasso e do açougueiro Mascherano.


          Está claro que a Argentina, para o argentino, é Tévez e + 10. Assim, Batista escala o bonitão da camisa #11 aberto pela direita, um inexplicável Lavezzi pela direita e Lionel Messi, recuado atrás dos dois citados, no meio, como joga no Barcelona. Inexplicável a escalação de Lavezzi não por deficiência do jogador, mas pela presença de Sérgio "Kun" Aguero no banco, ao lado de Gonzalo Higuaín. E ficou provado hoje, e no último jogo com um golaço, que Aguero não pode ser reserva desse time, ele melhora demais a movimentação argentina. 

       Lionel Messi, coitado, é refém de todos esses erros, e também por ter o mundo todo observando e esperando que ele repita, ao lado de Banega, Mascherano e Cambiasso, as performances que ele apresenta com a camisa "culé", ao lado de Busquets, Xavi e Iniesta.


       Em resumo, o trabalho até então de Sérgio Batista, que parecia ser muito simples, vem se mostrando, por incompetência própria e falta de capacidade e decisão tática, muito complicado, assim como a classificação da Argentina em primeiro no seu grupo. Quem criticava Maradona agora vê que o substituto não é lá essas coisas também.

Nenhum comentário: