sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ciao, Ibra. Ciao, UCL

               Sim, o título é um trocadilho. E dos bons. O sueco Zlatan Ibrahimovic chegou ao Milan na temporada passada, e, junto dele, como um anexo, veio o primeiro Scudetto desde 2003/2004, quebrando a hegemonia interista e levantando a moral de todo milanista após 4 anos sem título algum, desde a conquista do Mundial Interclubes, quando o "Bambino d'oro" ainda dava as cartas em Milão. Desde então, como não poderia deixar de ser, o  Big Swede se tornou a estrela principal do time, o concentrador das ações ofensivas.
             Não que a presença de uma jogador indubitavelmente qualificado e acima da média seja totalmente maléfica ao clube. Como disse, com Ibra em campo foram dois títulos importantes em cima da Internazionale e algumas performances memoráveis. Lances que realmente fazem valer todo o dinheiro investido na contratação do sueco. Dinheiro concentrado no pagamento de parcelas anuais para que o atual camisa 11 permaneça em Milanello por bastante tempo.
             Vamos agora ao que interessa. Em minha singela e pessoal opinião, o tempo de Ibrahimovic usando a camisa do Milan já acabou e, para mim, é uma boa hora para ele sair, indo para qualquer clube do mundo, exceto os italianos. Aos motivos:
                A primeira razão já foi mencionada anteriormente: Dinheiro. Não gosto muito de me meter nessa parte, mas a Sky.it afirmou que o balanço do Milan, em 2011, tem um senhor prejuízo de 67,3 milhões de Euros oficiais (Galliani afirmou que, na verdade, o prejuízo é de 75 milhões). Tudo bem que foi menor do que o de 2010 (69,8 mihões de euros). Várias reportagens já foram feitas e o salário de Ibra é o maior da Serie A. Por causa disso, os reforços do Milan têm sido basicamente jogadores em fim de contrato ou xêpa, aquelas barganhas que já mencionei em post passado. Por causa do dinheiro investido nele, a equipe tem um fuoriclasse, e vários carregadores de piano no meio campo, sem alguém que realmente gere uma confiança como existe para com o Ibra.
                Na sequência, a razão que me faz querer a saída de Ibra é perceber que as partidas em que ele não joga, e isso desde a temporada passada, o Milan tende a ter uma maior variedades de jogadas. É a consequência lógica da perda da principal referência, e, honestamente, isso muito me agrada. Quando ele está em campo, pouco importa como estão jogando os outros 4 do meio campo, é só mandar a bola para Ibra que ele resolve em uma jogada. Mas isso é pouco, e todos sabemos disso. Sem ele na equipe titular, todos acabam por trabalhar mais e criar mais, tornando a partida até mais interessante, do ponto de vista coletivo. É melhor jogar sem o Ibra do que sem o Thiago Silva.
               Todavia, o maior motivo de todos tem nome, sobrenome e orelhas muito grandes: A UCL. Ibrahimovic tem 30 anos, zilhões de ligas nacionais, mas seu desempenho em sede de Champions League é patético e, para melhorar, todo time com ele naufraga na disputado do torneio mais importante deste universo. A grande ironia foi ele ter saído da Inter e do Barcelona e, exatamente na temporada seguinte, ambos os clubes citados terem conquistado a orelhuda. Tudo bem que isso acontece a cada 50 anos com a Inter, mas é um fato. E o Milan viu isso nas duas temporadas em que Ibra esteve em campo. Ou pelo menos deveria ter entrado nele.
              O objetivo do Milan, a curto prazo, é conseguir a segunda estrela dourada na camisa antes da Inter e, se possível, antes da Juventus conseguir a terceira. Mas isso deve ser a curto prazo mesmo, por que a história mostra que i rossoneri sempre foram um time internacional, além das fronteiras da bota. O scudetto não basta, não satisfaz. O Milan é um campeão de Champions League, de títulos internacionais. E, com o Ibra em campo, parece que não vai acontecer.
                Com todo o devido respeito aos rivais, não quero ver o Milan se satisfazer com Scudetto ou Coppa italia. Não quero que o Milan se transforme em uma Juventus ou na Internazionale, com ambições tão tacanhas.

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