segunda-feira, 16 de abril de 2012

Façamos como Monty Python, rossoneri.

           Estamos na giornata 33 da Serie A. Até o presente momento, a Juventus é a líder invicta da competição, com 68 pontos. La Vecchia Signora segue firme e forte, com 18 vitórias e 14 empates e tem como destaques atuais o maestro Andrea Pirlo, o novato técnico Antonio Conte e o renascido Alessandro Del Piero.
          Na segunda posição, com apenas 1 ponto de desvantagem para a líder, e, mesmo assim, com 5 derrotas no campeonato, o Milan segue a caça da retomada da liderança, após abrir o bico e ver a vantagem de 4 pontos ser pulverizada em duas rodadas. Eliminado nas quartas de final da UCL 11/12 pelo Barcelona e na semifinal da Coppa Italia pela própria Juventus.
         Com esse panorama, não demorou para os cavaleiros do apocalipse descerem com suas imensas cornetas, dizendo que esta temporada, se o Scudetto não vier, foi completamente perdida pelo Milan e, claro, toda culpa recai sobre Massimiliano Allegri, o fênomeno que foi do céu ao inferno em Milanello. Todavia, há uma possibilidade de se enxergar bem mais do que esse pessimismo tolo permite. É só ter um pouco mais de frieza, boa vontade e, principalmente, pensamento a longo prazo.
                  Como já dito, Allegri tem errado bastante nessa temporada, indubitavelmente. Ele erra na escalação, erra visivelmente nas instruções e na maneira de encarar partidas chaves. Ele tem um retardo tático-mental de pelo menos 10 minutos em suas substituições, além de não ter uma bagagem tática interessante, que possa mudar a partida sem precisar queimar alterações. O Milan começa no 4-3-1-2. Se a coisa apertar, ele passa para um 4-3-3 bizarro, sem um armador de fato e, para segurar o placar, tome um 4-4-2 em linha. E ponto.
             Contudo, tenta ver além do óbvio. Allegri, e o Milan, tem enfrentado, além dos 19 adversários da Serie A, a incompetência dos profissionais que deveriam ajudá-lo. É inacreditável que um time tenha paulatinamente 10 desfalques POR RODADA, no mínimo, devido a lesões e problemas físicos. Claramente os treinadores de apoio, os médicos, o gramado do San Siro, a tinta de cabelo do Berlusconi ou a gravata amarela do Galliani não estão trabalhando como deveriam. E, mesmo assim, com um time de reservas em campo e sendo obrigado a repetir a mesma escalação por diversas vezes em partidas em sequências, a diferença é apenas 1 ponto.
             Além deste argumento, a política Low Cost de contratação do Milan nas últimas temporadas não tem ajudado muito as ambições dos senhores da Via Turati. Exceção feita a Ibrahimovic, que receberá um post em breve, é flagrante que todos os jogadores que têm chegado a Milanello foram barganhas ou xêpa, com alguns poucos recursos, mas não são fuoriclasse. Lógico que todo time deve ter seus carregadores de piano para que as estrelas possam atuar bem. Mas elenco de apoio fraca também atrapalha bastante. Como explicar um time que tem apenas Ibrahimovic como mente criativa e tem que usar como meio campistas alterofilistas no nível de Muntari (*cuspe*), Nocerino (ótimo jogador, mas limitado). Ou mesmo tem na reserva do Big Swede alguém como Maxi Lopez. E, ainda assim, a distância é de apenas 1 ponto.
            Portanto, antes de declarar a temporada como perdida, uma reflexão é necessária. Mesmo se o Scudetto não vier, o Milan fez muito nessa temporada de 11/12. Até Allegri merece algum crédito por estar lutando com todas as dificuldades citadas, até as últimas rodadas contra uma equipe que tem o elenco mais coeso, completo e saudável da Europa, pelo título italiano.

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