quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Rivalidade não se confunde com Ódio.

            Durante essa semana, em algumas discussões pontuais, e mesmo em programas de TV, foi falado sobre rivalidades históricas entre alguns clubes, normalmente do mesmo Estado, e sobre a relação entre torcedores destes clubes. Chamou a atenção, até pelo momento de destaque, positivo ou negativo é questão de ponto de vista, a rivalidade entre torcedores do Internacional e do Grêmio. Na verdade, não exatamente por conta da rivalidade histórica, mas de como os clubes, e os torcedores como um todo, transformaram essa divisão do Rio Grande do Sul entre duas torcidas em uma coisa benéfica, e rentável, para ambos. Agora, quando as atenções foram voltadas para rivalidades de clubes de São Paulo e Rio de Janeiro, o que se percebe é a presença de um ódio puro e gratuito, que é fomentado pelos próprios dirigentes, jogadores e, principalmente, por líderes de torcidas organizadas.

Ótima tirada de sarro dos Gremistas.
             Os clubes do Sudeste deveriam passar a mensagem que a rivalidade não deve ser confundida com ódio. Quando se sabe lidar bem com essa distinção, tudo fica mais fácil e simples de se trabalhar. O Flamengo, por exemplo, pode sim derrotar todos os outros 3 clubes grandes do Rio de Janeiro mas, ao contrário do que se passa na cabeça do torcedor que se diz mais apaixonado, caso Fluminense, Vasco ou Botafogo deixassem de existir ou mesmo fossem todos rebaixados, quem sairia perdendo seria o próprio Flamengo, pois deixaria de ter seus rivais locais, perdendo muito do charme desses jogos. O mesmo vale para o Palmeiras em relação ao Corínthians, ou o Cruzeiro e Atlético Mineiro.

Página principal do site do "Timão" depois de vitória sobre SPFC.
          É lógico que não se espera que o Cruzeirense torça por uma vitória do Galo ou mesmo que um Flamenguista fique muito feliz porque o Fluminense faturou o título brasileiro. Entretanto, o que deveria ser senso comum é que é muito melhor o gosto da vitória e poder cantar esta aos 7 ventos quando o seu adversário está fortalecido ou, pelo menos, serve para fazer uma figuração. Chutar cachorro morto, como minha avó dizia, não tem o mesmo gosto do que, por exemplo, uma possível goleada gremista sobre o atual campeão da Libertadores da América, o Internacional. Os tricolores gaúchos se regozijariam muito mais, assim como se o Flamengo do "pofexô" Luxemburgo desse aquela chinelada no Tricolor das Laranjeiras agora no maldito Campeonato carioca.
         Fazendo um síntese do que se pretende com esse texto é que não se deve confundir a rivalidade saudável,que acaba assim que o árbitro encerra a peleja, com um ódio mortal e frio, que faz com que marginais disfarçados de torcedores marquem brigas pela internet ou que tratem mal qualquer pessoa apenas porque esta torce por outro time. Rivalidade faz parte do esporte, é uma das molas propulsoras e tem significativa importância nessa engenharia movida pela paixão que se chama Futebol.


        Para terminar, um comentário pessoal. Qualquer um no mundo pode ter certeza de que a vitória do Milan sobre a Internazionale, atual campeã de tudo, no "Derby della Madonnina" foi muito, mas muito mais saborosa justamente por ser a Inter a detentora do Scudetto, da Copa da Itália e, principalmente, da UCL. E, ademais, torci para que eles faturassem esse troféu na temporada passada, pois não o conquistavam há mais de 40 anos e isso iria fortalecer o Calcio, e movimentar a diretoria milanista a tomar providências e contratar reforços de respeito. Por enquanto, os resultados foram imediatos e sensacionais.

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