quarta-feira, 18 de julho de 2012

"Ripartiamo da zero" - Parte II

                Viram como eu posso acabar com uma postagem composta sem atrasar mais de um mês ? Pois bem, até eu duvidei, mas cá estamos, para a segunda, e última, parte da explicação do que está acontecendo em Milanello. 
                Como dito no último parágrafo da primeira parte do texto, o grosso das rendas do Milan tem vindo das transferências de jogadores. E o que chama a atenção é a política de transferências. Reparem que, de Milanello, as principais figuras são transferidas no auge de suas carreiras, ou pelo menos após alguma valorização. Só pensar em Sheva, Kaká e, agora, Thiago Silva e Ibrahimovic. Todos foram "negociados" por valores exorbitantes (o combo T.Silva/Ibra saiu por módicos 65 milhões de euros para o PSG), exatamente quando aclamados os melhores do mundo em suas posições em campo. Não há negócio perdido com Adriano Galliani e Ariedo Braida.
               No que tange a reposição, de uns tempos para cá (e eu já falei disso), a casa tem sido arrumada pela política Low Cost de contratações e algumas apostas em jogadores que se encontravam em baixa. Exemplos recentes são Prince Boateng, que ninguém tinha sequer ouvido falar e se tornou essencial ao time e, mais ainda, Nocerino, que por um troco de bala chegou do Palermo e, sozinho, fez mais gols do que Robinho e Pato somados. As apostas foram Ronaldinho e Cassano, por exemplo. O primeiro teve seus brilharecos até ser chutado nos fundilhos e o segundo vem demonstrando ter chegado no auge da carreira, com grandes exibições pelo Milan e pela Azzurra. Novamente, não há negócio perdido com Galliani e Braida.
               
               O aspecto econômico foi abordado anteriormente, agora vamos ao aspecto técnico.

               Grandes mudanças estão acontecendo diante de nossos olhos. Mas essas mesmas mudanças estão atrasadas pelo menos umas 2 temporadas. Voltem atrás um pouco e relembrem a pecha de time de idosos que o Milan carrega desde 2007. Se, naquela época, o único mais novo era Kaká, claramente era hora de olhar para os jovens. Mas isso não aconteceu e, aos poucos, os senadores foram ficando mais velhos, sem que chegassem reforços para substituí-los a altura. E, com a idade chegando, o fôlego e a velocidade do time foram se esvaindo, deixando o jogo do rossonero lento, sonolento e previsível. Basta lembrar das partidas contra o Man. Utd pelas oitavas de final da UCL 09/10.
             A saída dos grandes nomes do Milan, claro, enchem de tristeza todos os torcedores acostumados com os nomes e as caras dos senadores. E também decretam o fim de uma era, da mesma forma que dão início a uma outra. Isso aconteceu após o Milan de Sacchi, e Capello levantou a UCL em 94 sem que ninguém acreditasse em seu Milan. Novamente em 2003, quando ninguém via em Ancelotti e seu time a capacidade de levantar um título europeu. Os tempos mudam, os jogadores mudam, mas inegavelmente Berlusconi, Galliani e Braida sabem reerguer o time.
           Estou ansioso para ver o que veremos nessa temporada 12/13. Acho que acontecerá o mesmo que houve com a Juventus na temporada passada. La vecchia signora tinha, assim como o Milan de agora, novos nomes precisando mostrar serviço e medalhões mordidos para esfregar ótimas atuações na tela de seus críticos. Pensando em termos de plantel, a defesa é jovem (Acerbi é um bom valor, e Mexès, se ninguém mais jovem chegar, será o titular), o meio campo recebeu reforços interessantes (Montolivo é a mente criativa que pode ajudar a Boateng e Nocerino. Traoré foi muito elogiado no primeiro treino da temporada e Constant parece ser melhor que Muntari).
           Enquanto isso, no ataque, de uma vez por todas a aposta é Alexandre Pato. Mesmo que um atacante seja contratado (Tevez, Dzeko e Leandro Damião estão entre os nomes mais repetidos), essa é a hora de Pato demonstrar seu potencial, liderando o ataque que, por enquanto, tem como coadjuvantes Stephan el Shaarawy, também muito jovem, habilidoso e objetivo e o grande FantAntonio Cassano, o melhor assistente  italiano em atividade. 
           Talentoso, objetivo e, principalmente, rejuvenescido. Como não criar grande expectativas em relação ao Milan que se apresenta diante de nós? Capitano Amboleone e seus imediatos marcarão o começo de mais uma era em Milanello, e, na minha opinião, mostrarão um futebol muito interessante para os críticos que já declaram a morte do Milan.

            Como diz a música, "Tenho um diabo em mim". Milan, solo con te. Milan, sempre per te.

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