sexta-feira, 22 de abril de 2011

As Ligas Resolvidas - Parte 3


           A temporada 2010/2011 de La Liga era alardeada como a melhor do século. De um lado, O bom e velho futebol-arte do Barcelona de Pep Guardiola, atual campeão,  reforçado por David Villa, o atacante titular de "la Roja", campeão mundial em 2010, e por metade do time titular dessa Seleção Espanhola. Do outro lado, o Real Madrid, detentor da outra metade da campeã do Mundo, tinha contratado a espinha dorsal da encantadora Seleção Alemã, o volante Sami Khedira e o meia-ofensivo Mesut Özil, liberou peças já ditas ultrapassadas e desgastadas do time, como o capitão Raúl Gonzalez, Drenthe e Rafael Van der Vaart,. Mas, principalmente, trouxe da atual campeão da UCL, o mais competente e chato treinador do mundo: José Mourinho, The Special One.
       Se houvesse possibilidade de processar quem fez toda essa propaganda, pode ter certeza que eu mesmo faria. É claro que tem sido uma temporada de ótimos jogos. É inegável que Cristiano Ronaldo, e o Real Madrid como um todo, melhorou e muito sua performance. Indubitavelmente as contratações de peças importantes ao elenco, mas menos midiáticas, como os alemães citados, o avante Adebayor e o meia argentino Di Maria, forma feitas muito mais pela ótima visão de José Mourinho sobre as necessidades do time do que pelo Presidente Florentino Perez. Mas, na minha opinião, o português demorou, e muito, para entender como se joga contra o mesmo Barcelona que havia sido eliminado por ele na campanha do título da UCL na última temporada. Vide a vergonhosa "manita" aplicada pelos culés no primeiro él clasico da temporada, no Camp Nou.


        Enquanto isso, as coisas iam muito bem, obrigado, pelo lado da outra força dominante de La Liga. Os comandados de Pep Guardiola continuavam a exibir um futebol vistoso de se ver e fatal perto da área adversária. O maestro Xavi Hernandez fazia a orquestra tocar no meio campo, enquanto o ataque comandado pelo melhor do mundo Lionel Messi, David Villa e Pedro garantia a bola nas redes dos outros 18 times que fingem atuar no campeonato espanhol. Nem mesmo a ausência de Carles Puyol durante boa parte da temporada, por lesão, que forçou Guardiola a recuar um ótimo Sergio Busquets para a zaga e atuar ora com Mascherano, ora com Keitá no papel de volante-destruidor, fez tanta diferença assim.

         Claro que você pode argumentar que existem mais times na Espanha. Eu vos digo que sim. Mas, infelizmente, pela vultuosidade dos investimentos e pela constelação, existe um campeonato a parte entre Merengues e Catalães. Depois deles, a partir da terceira posição, figuram o Submarino amarelo Villarreal, comandados por Giuseppe Rossi e Nilmar no ataque, que vem muito bem tanto em La Liga quanto na UEFA "Ibéria" Europa League, figurando como o único não lusitano nas semi-finais. Atrás dos amarelos, surge um Valencia babando pela vaga direta na próxima UCL, pois, o quarto colocado em La Liga temporada passada, o Sevilla, foi para a fase pré-UCL e acabou eliminado pelo time que o Brasil emprestou para Portugal, o Sporting Braga. Na luta por um lugar na próxima Europa League surgem um decadente Atlético de Madrid, o próprio Sevilla e um surpreendente Espanyol.

            Assim, o Barcelona lidera com 85 pontos, oito a mais que o Real Madrid. Depois da última rodada, no sábado passado, quando Mourinho armou um ferrolho igual ao da Inter temporada passada, e ficou com um empate sem gols no Bernabéu, a fatura está praticamente definida na Espanha, com o Barça levantando pela 21ª vez o título espanhol. 

            A Mourinho, e ao Real Madrid, resta estudar mais para próxima temporada, e se contentar com uma Copa del Rey amassada, não é, Sérgio Ramos 

Nenhum comentário: