quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A última era romântica do futebol

           
          Caros matadores e matadoras da canela, desculpem pela longa ausência, muitas coisas na vida e muita Arsenal Brasil no hobby.

             Hoje gostaria de falar sobre algo parafutebolísico e altamente nostálgico - os anos 90. Foram anos bem cafonas, quando os jogadores usavam roupas largas e de design bem questionável


            Mas o futebol ainda era um esporte mais puro, mais inocente.Os clubes já começavam a se tornar marcas globais, tentar diversificar e ampliar as receitas, mas ir a estádios ainda era algo possível para quase todos os cidadãos do velho continente, o preço de um ingresso de temporada saltou de £377,00 em 98 para os £1825,00 de hoje.

           Os times menores eram mais competitivos e conseguiam avançar mais nas copas, chegar em boas posições na liga, até ganhando uma de forma inesperada, como o Blackburn em 95-96.

          Mais importante, os jogadores ganhavam bem e se esmeravam mais em tentar permanecer nos mesmos clubes, gostavam do carinho que recebiam, de se sentirem especiais, não havia esse relacionamento distante e cada vez mais artificial com os tifosi de um clube. Esse se deve em parte a FIFA que não permite nem que o cidadão comemore seus gols com a torcida, sob pena de um cartão amarelo.

         A mercantilização exacerbada dos últimos anos, em muito alavancada pela era dos proprietários magnatas, está tornando o futebol um esporte plástico, sem graça, higienizado, os pedidos por amor à camisa e raça são cada vez mais sem sentido já que vemos jogadores fiéis ao seu pagamento mensal a torto e a direito.

        Talvez isso seja apenas um reflexo de nossa sociedade, que desde o fim do bloco comunista vem se tornando uma sociedade cada vez mais individualista, individualizada, onde o culto a personalidade, ainda que essa não mereça qualquer cultuação, é pregado a todo o instante, onde aquela euforia após uma década de 80 marcadas por profundas crises econômicas que parecia fazer tudo possível, sumiu.

        Talvez fosse bom ver um pouco de mudança nesse panorama e que os heróis de 9 entre 10 crianças, os atletas, tentassem liderar esse caminho.

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