quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Tempos de reflexão em Milanello

         Não há desculpas suficientes, nem em Milanello e nem em Appiano Gentile, para este ridículo começo de temporada dos times de Milão. De acordo com informações, este 2011/2012, mesmo com apenas 5 rodadas, é o pior início de temporada dos times da capital da Lombardia desde 1930/1931. A quantidade de pontos somados de Milan e Inter é inferior a que a Juventus, líder do campeonato, possui. Vergogna.
            O técnico Allegri teve problemas claros com lesões, que atingiram seu plantel ao atacado. Em uma época, foram 11 os hospedados no Milan Lab. Mesmo assim, alguns pontos devem ser destacados. O esquema 4-3-1-2 requer bons jogadores no trio de volantes, pois ele centraliza demais as ações ofensivas, por conta do trequartista. Isso ficou claro pelas atuações apresentadas por Clarence Seedorf, quando atuando na Mezz’ala sinistra. Contudo, ao seu lado foi escalado, além de Van Bommel, Nocerino, que desapareceu durante quase todas as partidas, tanto ofensiva quanto defensivamente. A permanência de Aquilani no banco de reservas, mesmo sem estar lesionado, é prova de uma cautela descabida, pelo menos nos jogos de Serie A. O resultado é uma limitação na parte criativa do time, como se viu na partida contra a Juventus.
            Aliás, a movimentação do mercado milanista foi decepcionante, e o torcedor está acostumado com isso. Exceção feita à temporada passada, a tática de Adriano Galliani não dá muitos resultados positivos. Enquanto todos os outros clubes se movimentaram relativamente cedo, e bem, o “Tio Chico” rossonero contratou por transferência gratuita, como Mexès e Taiwo, antes mesmo da temporada passada acabar, e depois esperou para ver a “xepa” das transferências. A promessa de um “Mister X” foi mantida até a chegada do único reforço com um mínimo de criatividade no meio campo, após a traumática, para os torcedores, saída de Andrea Pirlo. Alberto Aquilani chegou rodeado de incertezas em relação a seu desempenho. E não rendeu nada. Decepcionante tem sido o desempenho das contratações do rossonero. Exemplos como Huntelaar, Flamini e o retorno de Sheva podem ser citados.

            Um grande problema, que não é culpa do técnico, é o péssimo rendimento da defesa. O que na temporada passada era motivo de tanto orgulho, agora preocupa e demais. O goleiro Abbiati continua fazendo defesas boas, mas vem falhando constantemente, o que não acontecia. A dupla Nesta e T. Silva continua sendo ótima, todavia o defensor italiano falhou feio nas duas primeiras partidas da Serie A, se redimindo na partida contra o Barcelona, pela UCL. Na lateral direita, Abate é titular, e o será por muito tempo se quiser, mas a lateral esquerda vem apresentando fragilidades, pois, Taiwo, contratado para ser titular, apresentou deficiências defensivas gritantes, além de ter chegado já lesionado. Assim, restam o irregular Antonini e o ultrapassado e cansado Zambrotta. Para se ter uma idéia, até agora o Milan concedeu 8 gols em apenas 5 rodadas de Campeonato Italiano. Na temporada passada, foram 24 nas 38 rodadas. Preocupante.
             A última partida, derrota para Juventus, demonstrou que essa parada na Serie A, devido às datas FIFA, será muito bem vinda. É tempo de recuperar os ainda lesionados (Robinho, Gattuso, Pato, Mexes, Taiwo, Flamini, Ambrosini) e para Allegri repensar algumas decisões táticas. A falta de repertório foi gritante, e muito mais a falta de vontade dos jogadores. Não sei se o técnico está tendo problemas para motivar o grupo, mantido quase em sua totalidade, para a busca do Bicampeonato. Talvez ele devesse utilizar algumas imagens do Barcelona. Sinal de alerta ligado, porque em duas partidas contra concorrentes diretos ao título (Napoli e Juventus), duas derrotas acachapantes.

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