Irei falar sobre o Arsenal hoje, mas não conta pra ninguém não. Quer dizer, a não ser que você ache meu texto a coisa mais maravilhosa de todos os tempos, aí pode contar sim.
Como eu não gosto de encher muito o site da Arsenal Brasil com coisas específicas, acho melhor mesmo escrever por aqui e ajudar o Rodrigo a comprar seu Rickenbacker 4003.
Ao assunto então. O Arsenal da temporada passada e, principalmente, de dois anos atrás, era idealizado para que a bola passassse o máximo de tempo possível nos arredores da área, por isso no esquema idealizado pelo Wenger, Nasri e Arshavin eram os jogadores de lado de campo. Essencialmente meias abertos que traziam qualidade ao passe e asseguravam a melhor retenção da bola, além de trazerem uma capacidade de triangulações rápidas que jogadores de menos habilidade técnica não tentariam.Tudo isso foi pensado para tirar o máximo possível da visão e distribuição de Fàbregas.
Por isso Walcott, quando fazia suas aparições parecia tão letal, seu pensamento primário nunca era fazer a bola voltar a rodar pelo centro, mas sim se mandar para a ponta e tentar bater seu marcador na boa e velha velocidade. Com ele em campo, o Arsenal parecia um time com um ataque tridimensional.
Na atual temporada, com a saída de vários jogadores e a submergência do que restava de regularidade em Arshavin, Wenger resolveu por errar pelo outro lado - agora o Arsenal possui apenas jogadores que vão à linha de fundo tentar bater seu adversário na velocidade e possuem uma capacidade de troca de passes incisivos no terço final adversário muito diminuída.
Essa bidimensionalidade é igualmente prejudicial ao futebol do time, se no primeiro esquema o centroavante parecia um incompetente, nesse o meio campo é que parece ser composto por totais incapazes.
Por mais que os jogadores de meio atuem bem, como foi o caso na partida contra o Stoke, onde Ramsey fez uma grande atuação e Arteta apresentou um futebol sólido, eles ainda parecem desconectados das jogadas de ataque pela maior parte do jogo. A ausência de um meia que caia pelos lados do campo torna o time por demais verticalizado e impaciente.
Quem vê esses tipos de erro de formação de elenco, qualidade dos jogadores à parte, já que isso renderia um tratado, deve pensar que Arsène é um técnico bobo. Nem parece que foi com Pirès e Ljungberg que o seu reinado em Islington viu seus melhores dias.
Como já dizia a minha avó e, provavelmente, todos os nutricionistas do mundo, tudo em excesso faz mal.
Previsibilidade em um esporte onde os espaços são cada vez mais exíguos faz mais mal ainda.
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