Não foi fácil assistir o jogo inteiro. Nada fácil ver um time se apequenar da forma que foi, depois de uma ótima apresentação na Lega Calcio. Mentir, ou dizer eufemismos, seria muito clubismo, ou mesmo deixar um sentimento ser mais forte do que a razão. O que se viu na terça feira passada foi um baile, uma aula de futebol presenteada ao Milan de Allegri pelo Real Madrid e suas estrelas principais, Cristiano Ronaldo e o competente até o bico do sapato técnico José Mourinho, que justifica toda sua fama, seu bicampeonato na UCL e o apelido trazido da Premier League, "The Special One".
O Milan entrou em campo sem Thiago Silva e Abbiati, lesionados. Na zaga central, estavam Nesta, com uma atuação muito boa para um defensor com mais de 30 anos e Bonera, que cada vez mais demonstra ser um peso morto tanto quanto Kaladze era. Nas laterais, o decadente Zambrotta e o esforçado Antonini. O meio campo, inexplicavelmente, contou com Gattuso e Seedorf, além do incontestável Pirlo, como volantes/meias e Ronaldinho Gaúcho no papel de "Trequartista", tendo no ataque Ibra e Pato.
Los Blancos foram a campo com sua equipe titular: Casillas; Arbeloa, Pepe, Ricardo Carvalho e Marcelo; Xabi Alonso, Khedira,C.Ronaldo, Özil e Dí Maria; Higuaín, abertos no esquema mais utilizado ultimamente, o 4-2-3-1. Com volantes muito habilidosos como Khedira e Alonso, um zagueiro, R. Carvalho, que não errou em nenhuma cobertura, um armador de jogadas sem igual como Özil e Cristiano Ronaldo imparável, o jogadores do meio campo do Milan, que, com suas idades somadas passam de 100 anos, ficaram completamente perdidos e os atacantes, Pato e Ibra, isolados.
O primeiro gol do Real Madrid foi de falta, um tanto quanto mal batida pelo camisa 7 merengue, e contou com a ajuda da barreira, especialmente Seedorf e Ibra, que fizeram o favor de abrir e deixar a bola passar. O arqueiro Marco Amelia, que não tem a menor vaidade, nada pode fazer. O segundo gol foi ridículo. Cristiano Ronaldo recebeu nas costas de Zambrotta, aquele cadáver ambulante, chegou na ponta da área e tocou para Özil, livre, bater. Bonera, que deveria defender, ajudou o alemão, desviando a bola, encobrindo Amelia e aumentando o placar. Depois disso, o que se viu foi um Milan completamente perdido e sem pernas para tentar ameaçar o time de Madrid. Ibra voltou a mostrar o que acontecia quando jogava na Internazionale e no Barça e foi completamente NULO em um jogo importante da Champions League.
O que se pode aprender desta derrota e, principalmente, desta atuação ridícula ? Simples. O que se diz desde a conquista da UCL 2006/2007, que o time do Milan precisa de renovação em TODAS as posições. Mais ainda, não dá para considerar Seedorf e Gattuso, por mais linda que sejam suas histórias em San Siro, titulares, pois falta gás, vontade e muitas vezes eles parecem sofrer de Mal de Parkinson. Thiago Silva é a segurança na defesa e não há suplentes a sua altura e Nesta começa a dar sinais de sentir a idade. Ronaldinho Gaúcho não tem o vigor físico necessário para jogar todas as partidas como Trequartista, o que faz urgente a contratação de um meia-armador mais jovem (deveriam aproveitar que PH Ganso não renovou com o Santos). Boateng e Flamini devem ser titulares, até por falta de opções, ao lado de Pirlo, e, acima de tudo, Bonera e Zambrotta devem ser expulsos de Milanello.
Justiça deve ser feita ao Real Madrid, que aparentemente encontrou o jogo que agrada tanto ao seu técnico e aos seus torcedores. "Los Blancos", se continuarem nesse ritmo, figuram fácil como um dos mais cotados para levar a Orelhuda de 2010/2011. E Cristiano Ronaldo está muitíssimo bem, mais objetivo e criativo e, o que é mais importante, menos individualista. Destaque também para o lateral esquerdo Marcelo, que teve um ótima atuação, ainda mais porque ninguém marcou o menino revelado no Fluminense.
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