quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Bem vinda novamente, camisa 22. Bem vindo, Nocerino.

            
       Sua contratação aconteceu no último dia da janela de transferências de verão, antes do início da temporada 2011/2012. Com pouca pompa e circunstância, ao contrário do que acontecera com seu colega de Azzurra, Alberto Aquilani (o Aquaman) apresentado no mesmo dia 07 de setembro, em uma entrevista coletiva em Milanello, com a presença de Ariedo Braida, o homem das negociações rossoneri.
            
        Antonio chegou para ser, a princípio, reserva de Gennaro Gattuso, o lendário cão de guarda milanista. Entretanto, Rino Gattuso sofreu uma lesão no olho esquerdo que, além de ter dado a ele um visual irado de Pirata, o tirou de atividade até o final do ano (Gattuso retornou aos treinos no começo de dezembro mas, por conta de outra lesão, agora no nariz, ele só retorna no amistoso contra o PSG, no dia 04 de Janeiro). Com as baixas de Ambrosini e Flamini, Nocerino ganhou chances de começar como titular em quase todas as partidas nesta metade de temporada.


         Em princípio, e novamente por conta de Aquilani, Nocerino era escalado pelo técnico Allegri pelo lado direito, no trio de volantes. Ele não apresentou bom rendimento e cometeu muitas faltas. Entretanto,  Aquilani foi pior ainda, e perdeu a vaga muitas vezes para il professore Seedorf. Com preferência em atuar pelo lado direito, houve a inversão de lados, passando Nocerino para o lado esquerdo do campo onde, enfim, ele demonstraria que foi uma contratação certeira.


        Na sétima rodada, o primeiro gol de Nocerino com a camisa 22 do Milan. Exatamente contra seu ex-clube, o Palermo. Aliás, Antonio foi formado na Juventus, passou por Avellino, Genoa, Catanzaro, Crotone, Messina (não é o time da irmã do Messi), Piacenza, Juventus e permaneceu por 3 temporadas no Palermo. Todavia, o melhor de Nocerino ainda estava por vir.


        Duas rodadas depois, contra o Parma, de Sebastian Giovinco, o atual camisa 22 rossonero marcou nada menos do que 3 gols na partida, fechando o placar em 4 X 1 para o Milan. Desde então, foram mais 2 gols marcados na Serie A, em 14 partidas jogadas pelo "Nocerinho", apelido dado pela imprensa italiana. Detalhe que Nocerino havia marcado 6 gols apenas na temporada 2006/2007, quando jogava pelo Piacenza,  na Serie B. Pelo Palermo, em 2010/2011, ele havia marcado 4 gols na temporada inteira.


       Unindo grinta, boa marcação, um bom passe para um jogador de destruição, uma barba que deixa De Rossi e o próprio Gattuso cheio de orgulho, o lugar de titular foi garantido. Ainda, com uma finalização de matar o Pedalada Boy Robinho de inveja, Nocerino se tornou peça importante no Milan versão 2011/2012 de Allegri. E pensar que o Mister X, anunciado por Galliani, era o Aquaman.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A coroa roubada do Príncipe


          A CAF (Confederation of African Football), presidida pelo ilibadíssimo (NOT!) Issa Hayatou, anunciou hoje os vencedores do CAF Awards, prêmio dado aos melhores jogadores africanos em atividade no futebol. A cerimônia aconteceu no Banquet Hall (sugestivo, não), em Accra. Tudo muito legal, muito bonito com danças, comidas, bebidas, propinas e alguma coisa de futebol.

       O que surpreendeu, na verdade, foram os finalistas para o principal prêmio da noite, o mais importante de todos, o " 2011- Player of the Year". A lista contava com Seydou Keitá, do Barcelona, Andre Ayew, atacante do Olympique de Marseille, e Yayá Touré, meia do Manchester City. Sentiu a falta de alguém? é, eu também.

       O vencedor do prêmio foi Yayá Touré, que teve um bom ano jogando pelos Citizens, marcando, inclusive, o gol do título da  FA Cup, primeiro título do Manchester City após virar um time das arábias. Parabéns ao marfinense.

        Entretanto, essa premiação teve um cheiro de retaliação ao, de fato, melhor jogador africano em atividade no mundo: Prince Boateng. Não se deixe enganar, pois o irmão dele, Jerome Boateng, é que tem cidadania alemã, defendendo a tricampeã mundial, inclusive, contra a seleção de Gana, do Prince, no Mundial da África do Sul. 

        O provável motivo desta retaliação teria sido a aposentadoria de Kevin Prince Boateng da seleção nacional de Gana. Afirmando que não poderia conciliar atuações em alto nível, tanto pela sua seleção nacional quanto pelo clube que defende, o Milan, Prince enviou uma carta pedindo dispensa da Seleção, optando pela defesa da camisa rossonera. Isso aconteceu em novembro deste ano.

        Não se discute a qualidade técnica de Yayá Touré, pois o mesmo é titular em sua equipe. Mas números e títulos falta por si. Na temporada 2010/2011, sua primeira no Milan, Boateng tornou-se titular absoluto, jogando como trequartista, armando o time. Marcou 3 gols e foi campeão italiano. Já em 2011, em maio, marcou o gol que deu o título da SuperCopa da Itália, contra a Internazionale.

         Na temporada 2011/2012, Prince foi promovido a King de Milanello, quando em partida contra o Lecce, entrou no segundo tempo, marcou uma tripletta que ajudou o time de Milão a virar o jogo. Contra o Barcelona, marcou um dos gols mais lindos da UCL 2011/2012. Já tem 6 gols anotados nessa temporada.

         A coroa foi roubada de Prince, e por motivos políticos. Ainda mais quando o segundo lugar do prêmio, Keitá, jogou em todas as partidas de 2011 até o momento, cerca de 10 minutos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Milan encara os Gunners nas oitavas da UCL.

            O sorteio das partidas que acontecerão na fase oitavas de final da UCL 2011/21012 aconteceu em um data para lá de especial. No dia 16/12 deste ano, o AC Milan completou exatos 112 anos de uma história recheada de títulos e desgraças. Um clube que contou com uma equipe histórica, que será lembrada, ao lado da Holanda de 1974 e do Brasil de 1970, como um dos melhores times de futebol da modernidade. O Milan de Arrigo Sacchi, do trio holandês Rijkaard-Gullit-Basten, que tinha Paolo Maldini, Carlo Ancelotti, Mauro Tassoti, Roberto Donadoni, Daniele Massaro e, principalmente, Franco Baresi como espinha dorsal de um 4-4-2 revolucionário, bicampeão da Copa dos Campeões, feito ainda não igualado até o presente momento. 

          Pos bem, após o momento nostalgia. a realidade. Novamente o Milan terá um clube inglês no primeiro confronto eliminatório da Champions League. Assim como aconteceu em 2007/2008, temporada em que o título era defendido, o rossonero enfrentará os gunners, de Wenger e do Alcysio. Daqueles jogos fatídicos (empate sem gols no Emirates Stadium e uma derrota por 0 X 2 em pleno San Siro), os autores dos gols do time londrino não envergam mais a camisa do canhãozinho de Londres (Adebayor, agora no Tottenham, e Fabregas, o capitão que largou o barco para não afundar sua carreira).

        Vale lembrar que na temporada 2008/2009, a última do capitão Maldini e de Kaká, o Milan não jogou UCL. Em 2009/2010, quando o jogador mais talentoso no plantel era Ronaldinho Gaúcho e o técnico era il traditore Leonardo, a eliminação foi decretada pelo Manchester Utd. Na temporada passada, foi a vez do Tottenham Hotspurs despachar il diavolo, também nas oitavas de final. Os enfretamentos com ingleses não trazem boas lembranças aos torcedores do lado vermelho de Milão. Mas a lição deve ser aprendida, e posta em prática neste temporada.

        Com todo respeito ao meu sócio @alcysio, o Arsenal é um ótimo adversário para um ressurgimento no cenário europeu. De acordo com as minhas análises nada parciais, o time de Londres depende de Robin Van Persie que, ao lado do Pato e do Robben, formam o ataque titular do time da enfermaria. Ainda, no gol, o impronunciável arqueiro Szczesny é dos melhores em atividade na EPL, ao lado de Joe Hart, do Man. City. Todavia, se o arqueiro gunner-polonês não puder jogar, seu reserva, Manuel Almunia consegue ser pior do que um saco de batata palha murcha, e mole.

       Pelo lado do Milan, as coisas estão um pouco melhores do que na temporada passada. Mas bem pouco. Atual detentor do Scudetto, e com a base vitoriosa mantida, os acréscimos de Nocerino e...e... Nocerino?! ao elenco foi muito bem vindo. A lateral esquerda ainda preocupa, pois o nigeriano Taiwo tem a mesma eficiência defensiva que o André Santos (uma arma secreta do Milan, mas que não retornará aos campos até março) e o revezamento Luca Antonini e Corpse Zambrotta não é animador. Principalmente com a possibilidade de Theo Walcott transformar aquele pedaço do campo em seu feudo.

       A zaga ainda conta com Thiago Silva e, provavelmente, Nesta. A alternativa Tevez para o ataque, se vier, não poderá atuar na CL, ao contrário de Mexi "la barbie" Lopez, também cogitado como contratação da janela de inverno. O grande problema é que as principais estrelas do time atravessam uma fase de doer. Ibrahimovic é o maior FAIL na história da Champions League, e isso é fato. Robinho não tem repetido suas boas atuações e Alexandre Pato precisar impor limites em Barbara Bersluconi, pois suas performances em campo demonstram um cansaço que só a loirinha filha de Silvio "il cavaliere" Berlusconi pode explicar.

        Como todo bom torcedor, acredito em passagem as quartas de final, com bastante sofrimento. Como crítico do futebol inglês, torço também por isso. O momento é bom, e o adversário, apesar de uma fase boa, tem defeitos que podem ser explorados ao máximo, e Massimiliano Allegri sabe disso.

         Enquanto isso, na sala da injustiça. A Internazionale foi presenteada com um adversário que pouco diz sobre a que veio nessa Champions League. Os nerazzurri enfrentarão o fortíssimo (NOT!) Olympique de Marseille. O Napoli terá o Chelsea, de André Villas Boas, pela frente. A pergunta permanece no ar: Por que a Inter é tão sortuda?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O título mundial do Santos e seu malefícios


ATENÇÃO !!! 
Este texto é uma opinião pessoal de Rodrigo Moraes Bastos. O blog MdC, e sua equipe, não se responsabilizam pelos ataques de pelancas, pitis e/ou qualquer outra reação exagerada causada pela acefalia de alguns torcedores analfabetos. Obrigado.

           Neste domingo, dia 18 de dezembro de 2011, deve ocorrer a tão especulada e esperada final do Mundial Interclubes da FIFA, entre o Santos Futebol Clube e o Futbol Club Barcelona. A imprensa brasileira já trata o Santos como o "Brasil no Mundial" e manda você, torcedor de qualquer clube apoiar os atletas do Peixe simplesmente por eles serem... brasileiros. Assim como faz em todo esporte, e funciona, pois brasileiro não gosta de esporte, gosta mesmo de ganhar.


             Depois de tanto "gré-gré pra dizer Gregório", vem o que importa: Um título santista nesse Mundial será prejudicial a todos no Futebol. Não é que se deva torcer para uma derrota Santista a todo custo, mas deve-se analisar qual seria a importância de uma conquista do clube praiano e a dimensão que a ela seria dada pela parte ufanista da imprensa brasileira. Sim, Empresas da Globo e Globosat, estamos falando de vocês.

            A partida está sendo encarada como um tira-teima entre Lionel Messi, atual detentor do título apesar de não ser deste mundo, e Neymar, um gênio e craque de bola, indubitavelmente, para saber quem é o melhor do mundo de fato. Sim, para nada mais. Já foi comentado a relativa importância que se dá a este torneio pelos clubes europeus, o que deveria ser feito pelos sulamericanos. Não apenas por ser uma postura da Europa, sem essa lenga-lenga, mas sim porque os torneios nacionais e continentais que deveriam ser mais valorizados.

           Caso haja vitória e título do Santos, o ufanismo brasileiro fará com que uma temporada PERFEITA dos comandados de Pep Guardiola seja simplesmente enterrada, por conta de uma partida, de um título vazio. O torcedor comum, aquele que só sabe o que está nos portais esportivos e no informativo esportivo tacanho, sem visão de mundo, vai achar que Lionel Messi é apenas embuste, e que Neymar Jr. é o melhor do mundo. Vai ser assim, apesar de, por exemplo, Adriano Gabiru, que fez o gol do título do Internacional, não ter sido considerado Melhor do Mundo e, mais, melhor do que o decadente Ronaldinho Gaúcho à época.

       Outro motivo se chama Muricy Ramalho. Em um post anterior, o perfil do técnico santista foi comparado ao de José Mourinho. Para fazer o favor de mostrar o quão arrogante ele pode ser, a declaração de que à Pep Guardiola falta um título no Brasil para ser considerado grande técnico se fez prova cabal. Ramalho, técnico que adora uma defesa bem montada, pode ser pego de calças nas mãos pela fraquíssima defesa santista. Agora, se vencer, "insuportável" seria pouco.

             A partida entre Real e Barcelona, no final de semana passado, foi épica por conta da adaptabilidade (perdoem o Titês) dos atletas blaugrana a qualquer situação. Atuar em um inédito 4-4-1-1 para se livrar do encaixotamento promovido por Mourinho é prova de que uma partida é mais do que suficiente para se ter certeza de quem é o melhor time do mundo atualmente, e deve entrar para a história como um dos melhores.

             A verdade é que tudo vai depender da vontade do Barcelona, e seus atletas, de vencer esse "mundialito", como eles se referem a esse troféu. Vitória catalã significa enterrar todo essa bravata de melhor do mundo e blá blá blá.Uma vitória santista irá tornar todo futebol mundial em uma simples frase "O melhor time do mundo é o Santos", e todos os seus malefícios que a imprensa ufanista brasileira trará.           

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Três a dois para a Itália.

             O MINISTÉRIO DO POLITICAMENTE CORRETO ADVERTE
          Esse texto tem níveis elevadíssimos de revanchismo, sarcasmo e ironia, direcionados principalmente  para aqueles que não gostam do Calcio. Portanto, sintam-se livres para lutar pelo título da Europa League, ingleses.

         A temporada 2010/2011 foi a última na qual a Serie A teve direito a quatro vagas para a Champions League. A notável queda de rendimento dos times italianos nas competições continentais (a Inter 09/10 tinha Mourinho e Eto'o, por isso, não conta), principalmente no que se trata de Europa League, tratada como estorvo pelos times da península derrubou o coeficiente italiano, que foi ultrapassado pela Bundesliga, que agora pode enviar quatro representantes para a UCL da próxima temporada.

         Os escolhidos italianos nessa derradeira temporada foram o campeão Milan (nunca é demais frisar), o Napoli, ou CavaNapoli, a Internazionale (mesmo com Benitez atrapalhando bastante) e a Udinese, que teve a pré-fase de grupos pela frente e não conseguiu passar pelo Arsenal. Dessa forma, a Inglaterra teve seus quatro representantes confirmados na fase de grupos e a Itália, apenas três. As teorias da decadência do Calcio ficavam mais fortes e eu, honestamente, dou razão a algumas delas.

          Os jogos da Serie A são arrastados, os times pouco ousados, o material humano não é lá grandes coisas e os estádios estão cada vez mais vazios. Escândalos de combinação de resultados por máfias de apostas envolvendo dirigentes, jogadores, árbitros. Um Scudetto 2005/2006 manchado que é disputado por Juventus (digna e real vencedora) e Internazionale (novamente privilegiada e protegida pelos detentores do poder). A Itália, e seu futebol, são uma bagunça sem fim e mesmo o retorno de Silvio Berlusconi a cadeira da Presidência do Milan, mostra o quão controvertido é o cenário futebolístico na península.
Sim, Hamsik, todos curtem seu bigode.
            Mas a UCL 2011/2012 chegou para mostrar que, quando necessário, os times italianos mostram que podem ser competitivos, no mesmo nível que ingleses e alemães. A começar pelo surpreendente Napoli. A equipe de Walter Mazzarri entrou no aclamado "Grupo da Morte", ao lado de Bayern, Manchester City e Villarreal. É lógico que a equipe napolitana foi logo rotulada como terceira força do grupo. Mas a torcida no Estádio San Paolo empurrou Cavani, Hamsik, Lavezzi e cia o suficiente para que i partenopei pudessem garantir a vaga para as oitavas de final da UCL na última partida, com uma vitória sobre a baba espanhola do Villarreal. Enquanto isso, em Manchester, os citizens, mesmo vencendo o Bayern, diziam "Hello, UEL.".

            A Internazionale proporcionou alegrias a todas as pessoas de Milão. Logo na primeira rodada, perderam no San Siro (que eles gostam de chamar pelo nome do estádio mesmo) para o ilustríssimo Trabzonspor, da Turquia, ainda sob o comando de Gasperini. Após 3 vitórias seguidas, já com Claudio Ranieri no banco de reservas, i nerazzurri empataram com os turcos, gerando mais uns momentos de felicidade em Milanello. O time de Appiano Gentile se classificou em primeirono seu grupo, mas ainda perdeu outro jogo, na última rodada, para o CSKA, por um placar que garantiu a classificação dos russos.
Malefícios de ter Robinho no time.
               No que diz respeito ao Milan, como esperado, se classificou em segundo lugar, com uma rodada de antecedência, atrás apenas do atual campeão e favorito até em jogo de purrinha, Barcelona. É lógico que i rossoneri também deram seus vexames, empatando com times do calibre do BATE Borisov e Plzen. Mas a única derrota foi a mais previsível de todas.

               Não se pode afirmar que é o renascimento do Calcio, ou que a Itália já está melhor do que a Inglaterra, é lógico. Todavia, é um marco a se comentar. Com as eliminações dos times de Manchester, restou para os ingleses torcerem por Arsenal e Chelsea. Ambos já chegaram à finais de UCL, mas nunca ganharam esse título. Enquanto isso, Milan e Internazionale somam 10 títulos, e sempre são vistos como forças. Quanto ao Napoli, Mazzarri concentra suas melhores peças na competição internacional, em detrimento da Serie A. O resultado pode ser interessante. Mas os dois representantes espanhóis são favoritíssimos ao título.