terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Direito de ser do contra

Fonte: Caminhos da memória
             Na maior parte do mundo ocidental, se vive no chamado "Estado Democrático de Direito", em que, por conhecimento teórico, há espaço para todos pensarem, e exporem, o que pensam, sem medo de serem hostilizados ou segregados. A Utopia do mundo moderno teria chegado quando o homem descobriu o "governo do povo, pelo povo e para o povo", seguindo a cartilha do que pregavam as grandes revoluções da sociedade, as convulsões sociais.
Fonte: Biscoitos sortidos
            Gostaram do começo clichê ? pois é, me esforcei bastante para escrever igual a qualquer jornaleco que afirma ser a Democracia em que se vive atualmente como o modelo de governo e de Estado. Principalmente quando também chamam o Brasil de terra sem preconceitos, das oportunidades, onde todos tem voz e vez. Honestamente, essa conversinha funciona muito bem para quem está concorrendo a Presidência ou até a um cargo de síndico qualquer, quando "na sua gestão, todos poderão opinar sobre o destino do amado condomínio"
         A verdade é que a tão amada Democracia foi desvirtuada, se transformando, na verdade, não no "Governo do Demo", como eu gosto de chamar, mas numa Oligarquia, em qualquer plano. Ser dissidente te transforma em marginal, em alvo de hostilidades das mais vis que se possa ter notícia, afinal, dissidentes são minorias nesta ditadura da maioria, e todo castigo para eles, as vozes que destoam do coral, é pouco.

        O que isso tem a ver com esporte? Use a cabeça. Está difícil? Dar-te-ei uma pergunta então: UFC é esporte?
          A maioria dirá que sim, e temos o amigo @edumelido para concordar com a maioria. Pessoalmente, digo não. Assim como não considero Boxe, ou qualquer outra modalidade de luta sem o mínimo de proteção ao desportista, um verdadeiro esporte. Não faço a menor ideia de como enquadrá-los, talvez simples atividades físicas, ou mesmo artes marciais, mas não esporte. Não consigo aceitar que o objetivo da competição seja quem consegue esmurrar, chutar e arrebentar o concorrente da maneira mais forte possível e o mais rápido possível. Isso é na guerra e, pelo menos para os civis e peões das forças armadas, guerras não são disputas desportivas. São boas para a medicina, para a tecnologia, mas isso é outro ponto.
Fonte: Ferrari.com
       A categoria automobilismo também, honestamente, não considero esporte. Não desmereço o preparo dos pilotos e sua estratégia. Tudo é levado em consideração. Mas, na minha opinião, assim como o Jóquei e hipismo, não é esporte. Não existe atleta, a não ser o cavalo, no caso do Hipismo, e do Horse Power do motor da Ferrari. 
        Outro assunto é time pelo qual o brasileiro, no meu caso, como sou carioca, escolhe para amar incondicionalmente. Os times de massa, são por óbvio, maioria em qualquer lugar. Tem apelo e são tradicionais, sempre ostentando títulos ou times fortes. Cito Flamengo e Corínthians por motivos simples. Mas acho que a torcida de um Botafoguense, como, novamente, no caso do @edumelido, ou de um torcedor do Paraná ou da Portuguesa merecem tanto respeito quanto àquelas. Quem escolhe um time que não tem um base de torcida tão alargada não o faz pelos títulos ou pelos craques, o faz por verdadeira paixão. Muito mais deliciosas são as alegrias da vitória, ou mais amargas as agruras das derrotas quando houve um livre arbítrio na escolha.  Quem torce para um desses clubes, verdadeiramente ama o futebol.
        Por dizer isso, posso ser crucificado. Mas mantenho as opiniões. Não tenho problemas em ser do contra, em fazer parte da minoria que discorda dessa tentativa de enfiar pela goela abaixo de qualquer um que se deve aceitar a brutalidade como esporte, ou mesmo que só se pode amar um time se ele for grande, forte, com 50 patrocinadores na roupa e conquistar título todo ano. Não ter vergonha de se dizer diferente, de se assumir parte da corrente minoritária é sinal de força. Coragem, caneleiros !       

Um comentário:

Alcysio Canette Neto disse...

Só digo uma coisa, tenta só correr de monoposto e sentir a força G no pescoço e me diga depois que o automobilista não faz nada, só vira o volante e obedece estratégia. A preparação dos caras é de atleta olímpico. Por isso pra mim automobilismo de monoposto e de rali é esporte. Nascares e DTM's da vida, não.