A equipe catalã entrou em campo sem sua estrela maior, Messi, que estava no banco de reservas. Mesmo assim, não se poderia imaginar que com grande parte de suas estrelas em campo (Xavi, Iniesta, Villa, Pedro, Piqué) faria uma partida tão apática. O adversário, conhecido da mesma fase de grupos da UCL 09/10, Rubin Kazan demonstrou, desde o início, que iria adotar a tática da Inter de Mourinho na temporada passada: time fechado e partindo para os contra-ataques. De certa forma, funcionou. O empate de 1 a 1 entre as duas equipes, com dois gols de pênaltis, manteve o Barcelona na ponteira do grupo, com 4 pontos, e o Rubin obteve seu primeiro ponto na competição européia dessa temporada.
Sem Messi, Guardiola partiu com uma formação, na minha visão, um tanto quanto estranha para o Barça. Escalou Mascherano (#14) como volante, que, na minha opinião, fez as vezes de um líbero, junto dos tradicionais e eficientes Piqué e Puyol. No meio campo, Busquets e Xavi dividiam tarefas, tendo Maxwell e Dani Alves nas alas. Iniesta, Pedro e Villa completavam o esquema, na minha opinião, um 3-4-3. O Rubin se postou em um 4-5-1, o querido "ferrolho", mesmo jogando em casa. As primeiras chances do Barça foram logo no início do jogo, com uma bola no travessão de Pedro as 12 minutos e um voleio de Villa, aos 25 minutos. Parecia quer seria um jogo com o carimbo "Barcelona de originalidade". Posse de bola, toques de lado até uma brecha na defesa adversária surgir. Parecia.
A falta de um centro-avante, ou mais um atacante, era gritante. David Villa se deslocava muito para a ponta esquerda, deixando o toque de bola catalão sem destino. O Rubin escapava pouco nos contra-ataques e, numa dessas, aos 26 minutos, o camisa 19 russo, Kaleshin recebeu um cruzamento livre, no lado esquerdo da defesa blaugrana e, batendo na orelha da bola, mostrou toda falta de qualidade que tinha. Dois minutos depois, o mesmo Kaleshin entrou na área adversária e foi derrubado por Dani Alves. Pênalti marcado, pênalti convertido por Noboa (# 16), capitão do time, que bateu mal, mas o que vale é bola na rede. 1 a 0 Rubin e a derrota sofrida pelo Barcelona, em pleno Camp Nou, veio como um relâmpago a memória. O Barcelona até esboçou uma reação, aos 33 minutos, com oVilla "furando" uma bola cruzada por Daniel Alves e aos 42 minutos, o mesmo Villa ajeitou de cabeça para o chute de Pedro (#17), que foi para fora.
Dani Alves e o pênalti. |
Na volta para o segundo tempo, os times seguiram sem alteração. Lembrando que os russo tinham ainda o meia Carlos Eduadro, convocado, no banco de reservas. O Barcelona continou sem criatividade, abusando das viradas de jogo do "zagueiro" Piqué, da direita para a ponta esquerda, onde caia sempre David Villa. Aos 58 minutos, um espírito brasileiro baixou no juizão que marcou um pênalti muito do duvidoso sobre um sumidaço Iniesta (# 8). Villa pegou a bola, pôs na marca da cal e chutou forte, no meio do gol. Rede estufada e jogo empatado. Mas, ainda assim, um jogo muito morno e lento para o padrão Blaugrana.
Villa comemora seu gol. |
Finalmente, aos 61 minutos de jogo, Guardiola lembrou de Messi no banco, chamou o argentino para o campo e tirou Mascherano, um líbero no jogo de hoje. A mudança, aliada a entrada de Martins (# 9) atacante nigeriano no Rubin Kazan, deram alguma movimentação à peleja. Comprovando isso, nove minutos depois, aos 70 de jogo, Messi recebe um passe açucarado de Iniesta, no meio da área e chuta para a boa defesa do goleiro Ryzhikov. Depois, disso, os times tiraram o "pé do acelerador", pois, outras chances, apenas aos 83 minutos, quando Maxwell cruzou e o baixinho gênio Messi cabeceou para fora, e aos 86 minutos, quando o Rubin puxou um contra-ataque, pela esquerda, e Martins cabeceou a bola na trave de Valdés. Iniesta, aos 92 minutos de jogo, teve a chance de ouro de dar a vitória ao Barça, depois de uma troca de passes linda na entrada da área do time russo, mas chutou para fora. Uma pena.
"Volvió la 'pulga'", diz a manchete do jornal Marca. |
E assim terminou o jogo, com um empate um tanto quanto sem sal, num grupo muito sem sal, onde o Barça pode reinar poupando muitos jogadores.
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