Em jogo movimentado e emocionante no Emirates Stadium, em Londres, o zagueiro Kaboul (# 4) fez o terceiro gol dos Spurs contra os Gunners, virando o jogo e decretando o fim de uma série de 68 derrotas do Tottenham para os times do chamado "Big Four" da Premier League (Man. Utd, Chelsea, Liverpool e o próprio Arsenal), em 17 anos. A derrota impediu o Arsenal de assumir a liderança provisória do Campeonato Inglês, o que seria possível aos Gunners por ultrapassarem o Chealsea no número de pontos, pelo menos até a entrada dos Blues em campo neste sábado contra o Birmingham.
Na bem da verdade, o Arsenal deu o jogo de presente ao Tottenham, pois foi muito melhor na primeira etapa, contando com boas atuações de Nasri, Arshavin e Fábregas. Tanto que já aos nove minutos de jogo, em lançamento preciso, e lindo, de Cesc Fábregas, o francês Nasri recebeu e com um toque tirou o goleiro Gomes da jogada, tocou pro fundo das redes e abriu o marcador. Oito minutos depois, foi a vez do russo Arshavin, aberto na ponta esquerda da área do Tottenham, centrar rasteiro e achar Chamakh entre os zagueiros dos Spurs e tocar para rede. 2 a 0 no placar, vantagem de certa forma segura e, como de costume, o Arsenal reduziu o ritmo do jogo. O Tottenham parecia um pouco perdido e quase nada ofereceu de perigo ao gol do arqueiro cor de rosa Fabianski.
Após o intervalo, o papo de vestiário do técnico Harry Redknapp pareceu ter sido bom e logo aos 49 minutos o Tottenham reagiu com Gareth Bale. Após um bate-cabeça na entrada da área, Rafael Van der Vaart deu passe para o galês que, vindo com velocidade pelo lado direito, tocou de pé esquerdo, tirando qualquer chances de defesa do goleiro rosinha do time da casa. Os Spurs voltaram para o jogo com apenas uma melhora, que fora no ataque. A defesa, formada por Gallas e Kaboul ainda tinha alguns apagões e, é de se destacar, o 4-4-2 em linha de Redknapp conta apenas com um volante de verdade, Jermaine Jenas (# 8) por que Modric (# 14) é, de fato, um meia de ligação, que cadencia o jogo muito mais do que destrói jogadas.
Aos 60 minutos, Van der Vaart bateu uma falta do lado esquerdo da área de Fabianski e inexplicavelmente o capitão Gunner Fábregas abriu os braços e interceptou a bola. Pênalti indiscutível e assinalado pelo juizão. O próprio Van der Vaart colocou a bola na marca da cal, tomou distância e encheu o pé, empatando o jogo. Na comemoração, o camisa 11 dos Spurs foi comemorar mandando a torcida do Arsenal se calar e, para ficar quietinho, levou o cartão amarelo. Desde então, o Arsenal deu sinais de melhora, voltando a dominar as ações ofensivas, sem muita coordenação é verdade e esbarrava numa atuação de gala do arqueiro Gomes, mas tinha o domínio do campo, enquanto o Tottenham apenas esperava contra-ataques puxados por Bale, pelo lado esquerdo. e Jermain Defoe (# 18) pelo lado direito.
Daí surgiu o lance histórico. Bale inverteu as ações com Defoe e, pelo lado direito, sofre uma falta aos 85 minutos. Van der Vaart se posicionou para a batida e levantou na área. Na marca do pênalti, o zagueiro Younes Kaboul (#4) subiu entre dois defensores do Arsenal e desviou de cabeça, marcando o terceiro do Tottenham e virando o jogo em favo do time visitante. Até os 95 minutos (foram 5 de acréscimos), restou ao Arsenal sair em busca de um gol salvador e aos Spurs por em prática o clássico "bico pro mato que é jogo de campeonato".
Fim de jogo, vitória dos Spurs, quebra de tabu de 17 anos e mais uma demonstração que o Tottenham Hotspurs tem cacife e vontade de voltar a ser importante, como já foi, no futebol inglês e continental. Graças, também ,a ousadia do técnico Harry Redknapp, que sempre aposta no ataque, independentemente do placar.
Um comentário:
Muito obrigado por compartilhar esse ótimo artigo. Vai voltar para ver suas mensagens novas.
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