sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Futebol Carioca em evidência... Carioca ?


           
            O BR-10 está às vésperas de terminar e, se não houver qualquer cataclisma de imbecilidade ou de incompetência, o título do campeonato nacional mais chato (por ser no sistema de pontos corridos) irá para o Fluminense. O time das Laranjeiras tem pela frente, nas próximas duas rodadas, o Palmeiras, na Arena Barueri e na última rodada terá o Goiás, já rebaixado, no Engenhão, no jogo provável da entrega das faixas e do 4 º troféu, em 5 anos seguidos, para Muricy Ramalho. Seria o segundo título nacional reconhecido pela CBF (desde 1971) e o terceiro, se contarmos as conquistas do "Robertão" (Campeonatos Brasileiros disputados antes de 1971), que iria para o Tricolor carioca.

           Vale acrescentar que essa conquista manteria o título brasileiro no Rio de Janeiro, já que o atual campeão é o Hexacampeão Flamengo, que ostenta 5 títulos reconhecidos pela CBF e campeonato de 1987, que todos deveriam e aceitar como válido, tanto para o Flamengo quanto para o Sport. A imprensa está em vias de alardear que o "Rio de Janeiro, além de mandar bala, manda também no Futebol". 


           É bonito, é legal ler e ouvir isso, mas, se qualquer um for mais crítico, sabe que não há quase nada de futebol carioca nessas conquistas. É esse ponto que deve ser esclarecido. Não há, tanto no atual campeão quanto no provável campeão do BR-10, muito do futebol carioca, não há muitas "pratas da casa", os jogadores da base que se tornaram profissionais, ou mesmo, não nem tantos jogadores nascidos no Rio de Janeiro se olharmos com atenção os considerados times titulares. Vejamos:


       A escalação ideal do Fluminense, com as cidades onde nasceram os jogadores, é: Ricardo Berna (São Paulo, SP), Mariano (São João, PE), Gum (São Paulo, SP), Leandro Euzébio (Cabo Frio, RJ) e Carlinhos (Vitória da Conquista, BA); Valencia (Florida, Colômbia), Deco (São Bernardo do Campo, SP), Diguinho (Canoas, RS) e Conca (Buenos Aires, Argentina); Fred (Teófilo Otoni, MG) e Émerson (Nova Iguaçu, RJ). Técnico: Muricy Ramalho (São Paulo, SP)


        E agora, cara-pálida? Não há um único jogador nascido na cidade do Rio de janeiro no time titular e há, apenas, dois atletas, importantes, que nasceram em cidades vizinhas. Os títulos do Flamengo e o possível bicampeonato tricolor estão escondendo a crise que existe nas divisões de base do Futebol do Rio de Janeiro, que se afunda, juntamente com o balanço financeiro de seus clubes. É preocupante esta situação, e a imprensa deveria prestar mais atenção nisso, ao invés de simplesmente jogar confete sobre os jogadores. E, ademais, quem está jogando muito e levando todos os créditos é o maestro Dario Conca, que nem brasileiro é.

        Não é exagero, não existem mais revelações de peso, fora Ronaldo e Adriano, no futebol carioca e nada disso é dito. O título, sim, pode continuar por aqui, mas os craques cariocas não estão mais. Pode se argumentar que a infraestutura melhorou devido a grandes investimentos nos clubes do Rio e tudo mais, entretanto isso é pouco, muito pouco perto do que se deve fazer para que o Rio de Janeiro seja, de verdade, a capital da bola no Brasil.
O Caixa D'água não gostaria desse texto
        A escalação do time ideal do Flamengo Hexa no ano passado, citando também as cidades onde nasceram os atletas, era: Bruno (Ribeirão das Neves/MG); Leo Moura (Rio de Janeiro/RJ), David (Guarulhos/SP), Ronaldo Angelim (São Paulo/SP), Juan (São Paulo/SP); Airton (Rio de Janeiro/RJ), Toró (Rio de Janeiro/RJ), Willians (São Paulo/SP), Petkovic (Maldanek, Sérvia); Zé Roberto (Itumbiara/GO) e Adriano (Rio de Janeiro/RJ). Notoriamente mais carioca, e isso é de se louvar. Mas são apenas 4 jogadores nascidos na cidade do Rio.

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