O que se viu, na verdade, desde o primeiro minuto de jogo, foi que o Barça estava em campo para dar aula de futebol e ser visto e apreciado, sem moderação. Los Blancos estavam estáticos, sem qualquer reação diante do toque rápido do futebol catalão. Aos mais de 60 mil expectadores presentes, soma-se mais 11 jogadores do R. Madrid. A conta começou a ser feita logo aos 10 minutos de jogo quando Iniesta, aproveitando o espaço que Sérgio Ramos deixou livre durante todo o primeiro tempo, deu passe em diagonal para Xavi que ajeitou a bola com o calcanhar e a fez cair mansamente em sua frente para bater e encobrir o arqueiro Casillas, que foi buscar a primeira das cinco bolas que foram parar no fundo de suas redes. O Real Madrid via os jogadores do Barça jogarem entre suas linhas imóveis de marcação, passando a bola de pé em pé. Assim, viram Xavi virar o jogo, da direita para esquerda, e achar Villa sozinho na ponta da grande área. O camisa 7 levou Sérgio Ramos até dentro da pequena área, de onde centrou para Pedro, com Marcelo chegando atrasado na marcação, ampliar a vantagem blaugrana.
Xavi comemora seu belíssimo gol. |
A estrela maior Madridista, Cristiano Ronaldo, se viu anulado o jogo todo por uma marcação fortíssima de de muito perto feia por Puyol. O camisa 7 de Madrid teve um faniquito e, aos 30 minutos, empurrou Pepe Guardiola quando este foi devolver a bola para cobrança de lateral do time de Madrid. Confusão armada, clima tenso e cartão amarelo para o goleiro Valdés, que veio tirar satisfações. Depois dessa confusão, o Barça esperava o Real Madrid em seu campo de defesa, aguardando a chance do contra-golpe. Mesmo com a inversão de lados de C. Ronaldo e Di Maria, sumido de jogo, o Real não levava perigo ao gol do Barça, e quando tentava armar jogadas, errava passes demais no meio campo. O jogo seguiu assim até os 54 minutos de jogo quando Messi, que estava discreto no jogo, aproveitou os espaços que Marcelo, que se arriscava mais ao ataque, e deu passe em diagonal para Villa, que deixou o zagueiro Pepe falando sozinho e tocou para o fundo das redes, ampliando o placar para 3 a 0.
David Villa após seu 2º gol. |
Lionel Messi, que no esquema de Guardiola, tem liberdade para circular pro todos os setores do ataque, voltou a servir Villa, aos 57 minutos de jogo, novamente pela direita em passe diagonal, que estava na ponta esquerda da grande área. David esperou a saída de Casillas para tocar a bola entre as pernas do goleiro merengue e decretar de vez o fim de jogo para o Madrid. Ao menos era o que parecia. Pepe Guardiola começou a mexer no time para preservar jogadores importantes. O primeiro a sair foi justamente Villa, dando lugar para o garoto Bojan que, em 1 minuto em campo, teve duas chances claras de gol. Na primeira, ele se enroscou na corrida e quase tropeçou, enquanto na segunda ele bateu firme, da direita, para defesa de Casillas. Logo após foi a vez de Xavi dar lugar a Keitá e Pedro para Jeffren. Os meninos das "canteras" do Barça mostraram vontade e, aos 91 minutos, Bojan, novamente aproveitando o espaço deixado por Marcelo no lado direito do ataque blaugrana, cruzou para Jeffren marcar um gol com o carimbo das categorias de base que funcionam.
Momento do gol de Jeffren. Categoria de base é isso. |
Depois desse gol, o caldo engrossou e Sérgio Ramos, que havia perdido todas para Messi, resolveu descontar acertando um pontapé criminoso no argentino e, já no meio da confusão, empurrou o zagueiro Puyol. Resultado: expulsão do camisa 4 Madridista e suspensão.
Ataque de pelanca de C. Ronaldo. |
Foi um jogo sensacional de uma equipe só. José Mourinho foi correto ao afimar que o "Barcelona é um produto acabado. No Real Madrid ainda há muito que ser feito." Concordo, Special One, mas que essa derrota foi retumbante e vai pesar muito, ah isso vai.