Uma reportagem me chamou a atenção hoje no Corriere dello Sport. Acerca da data, um tanto quanto inusitada, ela remetia aos camisas 10 e como seria a comemoração deste dia para eles. Foram citados Francesco Totti, Alessandro Del Piero, Messi e outros. Achei legal, mas, claro, falta muita gente boa para ser falada e lembrada, craques que com essa camisa, esse número nas costas levaram o mundo todo a adorar o velho esporte bretão e sua mágica.
Além da literalidade da camisa 10, existe também uma classificação do jogador que não usa esse número nas costas, mas joga como se fosse tal, organizando o jogo e acertando o time. Craque não tem número, não tem essa tonalidade pastel de sempre usar a camisa 10. Me lembro de camisas 21, 22, 5 e tantos outros que jogaram em seus clubes se essa mística camisa, mas foram tão necessários, tão imprescindíveis, que merecem eternamente serem classificados como "camisa 10". Lembrarei de alguns, e quem por acaso achar que falta mais alguém, pode colocar nos comentários.
- Pelé
Não existe futebol brasileiro sem sua Majestade, não existiria essa paixão nacional sem Édson Arantes do Nascimento, que completará 70 anos de vida esse ano, no dia 21 de Outubro (embora ele comemore no dia 23). Simplesmente o atleta do século, camisa 10 no Santos Bicampeão Mundial e da Seleção brasileira de 58 e 70, campeã em ambos os torneios. Não precisa de apresentações demoradas, era mágico, soberano, fez histórias com mais de 1000 gols feitos e também com os que não fez.
- Maradona
Não há de se entrar no mérito de quem foi melhor. "Èl Diez" é quase uma divindade na Argentina, apesar de todos os problemas, escândalos, e do fracasso portenho na Copa do mundo de 2010. Jogou as copas de 82, quando foi expulso, e na Copa de 86, quando carregou um time limitado da Argentina nas costas e com a ajuda de Deus (e sua mão) e do Diabo (e seu drible), levou a Copa para Buenos Aires. Genial e demoníaco, Diego Armando Maradona é o símbolo de uma vida que seguiu o compasso dos Tangos de Carlos Gardél.
- Platini
Senhor Presidente da UEFA atualmente, Michel Platini comandou "Les Bleus" nas copas de 82 e 86. Não venceu nenhum dos torneios, mas, honestamente, azar da Copa. Ele foi o regente de uma Juventus de Turim vitoriosa no começo da década de 80, quando, em 1984, foi eleito o Melhor jogador do Mundo. O pênalti perdido contra o Brasil de 86 não manchou sua carreira, que foi vitoriosa fora dos gramados também.
Platini foi presidente do comitê organizador que levou a Copa do Mundo para a França, em 1998 e agora, como presidente da UEFA, tem como característica principal a inclusão das Federações de países menores nas grandes competições européias e a aplicação da política de Fair Play financeiro, tentando evitar a gastança de dinheiro e endividamento dos Clubes.
- Roberto Baggio
Outro vitorioso pela Juventus de Turim, eleito melhor jogador do mundo, mas com pouco sucesso pela "Nazionale". Esqueça o maldito pênalti de 1994 e vá procurar jogadas deste clássico "diece" italiano. A única mancha na carreira dele, para mim, foi ter jogado, além da Juve, no Milan e depois ter mudado de lado, indo atuar pela Internazionale.
- Zico
Não preciso falar mais sobre ele, pois já foram 2 textos sobre o Galinho de Quintino e continuo maravilhado pelo seu futebol e suas cobranças de falta perfeitas. Ídolo maior de uma Nação, maestro e regente. Não venceu as Copas que jogou (82 e 86), mas não importa. Seus gols e atuações ficaram para história, assim como sua vencedora, e curta, carreira como treinador de futebol, contando com a façanha de levar o Japão para a Copa de 2006.
- Zidane
Mais um para o rol de vencedores na Juventus, usando a camisa nº 21, e no Real Madrid, onde vestia a camisa 5. Muito se comparava suas conquistas e carreira com Platini, até que Zizou mostrou seu melhor argumento: liderou a França em seu único título Mundial, em seu território, marcando dois gols contra o campeão do torneio anterior. Ah, e com a camisa do Real Madrid, na UCL 2001/2002, fez um gol sensacional de bicicleta que vale a pena rever sempre.
- Pirlo
Claro que não iria esquecer Andrea Pirlo, regente da orquestra A.C. Milan, com a camisa nº 21. Dono de uma visão de jogo excelente e uma precisão em passes e cobranças de faltas sem igual, ajudou na conquistas de 2 UCL's para o lado vermelho de Milão e um título mundial para a Nazionale. Ainda hoje comanda a meia cancha rossonera, com a maestria de sempre.
- Maldição da camisa 10 da Seleção Brasileira
Lembrei de poucos, eu sei, mas os espaço é curto e provavelmente muitos jornais farão o mesmo hoje. Mas, para mim, esses são os "camisa 10" essenciais para entender por que tanta paixão por um esporte e eles mostram o que procuramos em uma partida: A magia do drible desconcertante ou do passe imprevisível, encontrando o espaço mínimo necessário para mostrar a elegância e toda sua técnica.
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