quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Clube-Empresa e Profissionalização do Futebol nacional: Bons e maus exemplos.


             A necessidade de modernização e profissionalização na gestão dos clubes de futebol nesse país é urgente, latente e gritante. O modelo de gestão atual e a forma jurídica da maioria dos grandes clubes (Associação sem fins lucrativos) é um caminho a perdição em dívidas e um atalho para crápulas, aproveitadores e oportunistas enriquecerem ilicitamente, utilizando o amor ao clube e as cores da bandeira desse como pano de fundo. Eu sou um dos que mais acredita, e defendo, a adoção do modelo "Clube Empresa", ou mesmo a entrega do departamento de futebol para que este seja dirigido, gerenciado por uma empresa criada com esse objetivo, utilizado nos principais centros da esfera esportiva no mundo. Sempre falo sobre Inglaterra e Manchester United, uma Sociedade anônima de capital aberto (como a Petrobras), o auxílio governamental que a Espanha ofereceu no início da década de 90 aos clubes e a Lei da Sociedade Anônima Desportiva, com isenções fiscais, por exemplo. Entretanto, quando se tenta implantar alguma mudança no futebol nacional, os primeiros a tentarem são os mesmo aproveitadores de antes, e de sempre.

            O caso do antigo Grêmio Barueri (onde jogou Val Baiano) que trocou essa cidade por Prudente, atraído por promessas de incentivos fiscais da prefeitura de Presidente Prudente e auxílio de empresários da cidade, abandonando sua torcida, seu nome e antigo escudo é simbólico e atual. Agora, o mesmo time pode ir para a cidade de Maringá, no Paraná, pelos mesmos motivos. É ridículo, nojento, mas, infelizmente, o futebol desse time está nas mãos de empresários que não entendem o mínimo do esporte e menos ainda sobre a fundação, crescimento e ligação de um time com sua cidade natal e seus torcedores.
            Recentemente, o Guaratinguetá Futebol Ltda, que pertence ao grupo empresário Sony Sports, anunciou sua mudança, de nome e de cidade, para Americana Futebol Ltda, sendo agora residente na cidade de Americana, interior de São Paulo. A reação dos torcedores e associados foi a lógica: sempre ia aos jogos, mas para vaiar e apoiar o time adversário, como aconteceu na última partida, contra o São Caetano. O motivo da mudança de sede ? Dinheiro, investimentos e incentivos fiscais, como no caso do Grêmio "itinerante" de Prudente. 
             As matérias sobre esses dois casos citados podem ser lidas aqui, sobre o Guaratinguetá, e aqui, sobre o Grêmio "itinerante" que, atualmente, tem sede em Presidente Prudente.

           Volto a afirmar que esses dois casos, embora fortíssimos e simbólicos, não devem ser tomados como exemplo de que o futebol nacional está fadado à eterna bagunça e roubalheira. Posso citar o Grêmio e o Internacional, grandes clubes gaúchos, que profissionalizaram, de fato, seu departamento de futebol e colhem os frutos tanto em campo (título da Libertadores-10 para os Colorados e, além do gauchão-10, provável vaga na Libertadores-11 para os tricolores) e fora dele (lucros com venda de produtos licenciados e camisas, além de linhas de produtos oficiais com preços mais populares). O São Paulo também pode ser citado como  exemplo de organização tanto fora quanto dentro das quatro linhas. O tricampeonato brasileiro e os títulos da Libertadores e do Mundial confirmam essa assertiva.


            

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