terça-feira, 12 de outubro de 2010

Necessidades de mudança no Calendário do Futebol Nacional

            Essa última semana não houve jogos de nenhum campeonato europeu, nacional ou continental, por conta das chamadas "datas FIFA" e dos jogos das eliminatórias para a Euro 2012. Todo o futebol de clubes fica parado, esperando o fim dessas datas. Isso na Europa. Por aqui, como é bem sabido, isso é ignorado e o campeonato brasileiro segue acabando com as últimas pernas em forma que existem nessa terra brasilis. A CBF pouco se lixa, a grande detentora dos direitos de transmissão menos ainda e os clubes ? bem, esses estão sempre com o pires na mão, cumprindo as ordens exatas de quem os paga: A Televisão. Fora esse detalhe, as temidas janelas de transferências internacionais cortam os campeonatos e 3 fases e o time que encanta no primeiro semestre dificilmente permanece intacto até a metade do campeonato brasileiro, o que já é de praxe e todo bom torcedor sabe que a alegria de um, por exemplo, Santos campeão paulista e da Copa do Brasil, tem prazo de validade para expirar, e nunca mais o time será o mesmo, salvo raríssimas exceções.


          Afirmo isso para entrar no assunto principal e numa discussão que existe há tempos: a alteração do calendário do futebol nacional. Aqui, ocorre o seguinte: Os inchados campeonatos estaduais começa em Janeiro e vão até Março, junto de alguns jogos eliminatórios da Copa do Brasil e fase de grupos da Libertadores. No término de Março, começo de Abril, se inicia o  o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil chega a sua fase decisiva junto da Libertadores e terminam por volta de Maio ou Junho. O Brasileirão se arrasta, em suas 38 rodadas, até Dezembro. E assim recomeça o ciclo. Desgastante é pouco, nem tanto pelo número de jogos, que antigamente não era tão inferior, mas sim por um calendário louco, em que durante meses se jogam duas partidas durante a semana, muitas vezes com o mesmo time, e se cobra a vitória, sem rotatividade de jogadores, a todo custo.
         Não há de se falar mais em "Calendário Europeu", pois a Argentina, o México e o Uruguai adotam este modelo, um pouco mais humano, que permite a existência de uma real pré-temporada. Não é um modelo perfeito, lógico, mas dá aos jogadores, que são trabalhadores também, uma chance de se preparar para a maratona de jogos e se condicionar para chegar ao melhor de sua forma na época das partidas decisivas, principalmente da UCL. Os campeonatos nacionais são iniciados em Setembro, junto das Copas nacionais. UCL e Europa League se iniciam no fim de Setembro, começo de Outubro. Há parada nos feriados em Dezembro, retorna-se em Janeiro e em Maio, normalmente, a temporada se encerra. Daí, incrivelmente para eles, existe um espaço de 3 meses livres para férias, descanso e retorno aos trabalhos, em uma pré- temporada que visa recondicionar os jogadores. E ainda há tempo para os jogadores servirem suas Seleções, sem desfalcarem seus Clubes, os empregadores, em partidas importantes, como ocorre aqui.( Elias e Mariano, Corínthians e Flu, respectivamente, são exemplos claros. Os times perderam peças fundamentais e caíram mais ainda de rendimento)

       No Brasil, o argumento  utilizado é o de que seria desumano jogar no verão. Oras, se responde, o que significou então no campeonato carioca, por exemplo, disputado no fim de janeiro, o chamado "tempo técnico", para que os atletas bebessem água ? A emissora Rede Globo, e braços midiáticos dessa, não permite que o Futebol nacional se adeque a uma modernidade cada vez mais necessária. É adotar a mudança, e abraçar seus benefícios, ou teremos sempre essa loucura de jogo em cima de jogo, lesões a toda hora, com técnicos sofrendo para acertar o time e torcedores sofrendo sem saber a escalação titular e um calendário que nos faz ver até 3 times diferentes, com qualidades muito diferentes (e muitas vezes inferior), vestindo a mesma camisa, disputando o mesmo campeonato. 

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